hoje é 25 de dezembro, um dia em que costumo me dedicar mais à introspecção do que o normal, se é que isso é possível, considerando minha eterna mania de ficar 'introspectando' minha vida e a alheia... no entanto, este Natal é distinto, em muitos e variados aspectos... a instrospecção não veio acompanhada da tradicional 'melancolia natalina' dos últimos anos... neste ano, por algum motivo não identificado muito bem até agora, o natal veio repleto de tranquilidade e percepção do "agora"...
acordei de forma estranha esperando pelo velho conhecido sentimento de angústia que costumava me abater nos dias de natal... uma velha sensação de inadequação, quando costumava ver todas as pessoas da família se regozijando felizes, numa troca inesperada de sorrisos e abraços, presentes e afetos, e eu, olhando e até participando de tudo, com uma sensação quase desesperadora de querer estar em qualquer outro lugar, exceto ali...
procurei por este sentimento ontem enquanto preparava tranquilamente a salada colorida que viria a enfeitar nossa mesa natalina, enquanto preenchia os canudinhos (iguais aos que comia na infância), enquanto buscava no 'google' uma receita de farofa natalina e, pasmem, me atrevia a experimentá-la... quando, para surpresa de todos, e inclusive a minha, ficava bastante saborosa...
sim! acho que enquanto me distraía com estes pequenos 'rituais' de montar uma mesa de natal, ao lado de minha mãe, percebi que por mais que esperasse pelo velho sentimento de angústia que costumava sentir nos natais anteriores, esse já não estava mais ali!
em geral, nestes momentos, eu costumava estar parada em algum outro lugar distante no meu passado, recordando outros natais em que, rodeada de outras pessoas, outra família e outros lugares, não mais me permitiam sentir ou até mesmo 'curtir' o que eu realmente tinha aqui... o 'agora', o 'presente', minha própria família, meu momento de criação e inspiração... ao olhar para estes últimos natais lembro que o único que queria era que ele passasse rápido. que a noite acabasse logo. que o espumante fizesse logo efeito...
ontem não! ontem algo novo aconteceu! algo que não me fez querer acelerar o tempo, nem mesmo faze-lo andar para trás. algo que me deixou saborear cada pedaço do que talvez signifique 'estar aqui. algo que não exigiu de mim nenhum esforço. nenhuma roupa nova. nenhum gole de champagne a mais.
senti mesmo foi uma grande gratidão por estar aqui. simplesmente aqui. por ainda ter curiosidade de saber como se faz uma farofa natalina e junto de minha mãe, poder experimentá-la... senti também uma imensa gratidão por ter minha linda filha perto, como sempre está, mas foi como se isso me bastasse. senti uma imensa gratidão até pelas inesperadas mensagens de felicitações natalinas e por ter, eu mesma, tomado a iniciativa de mandar algumas outras...incrível também que curti simplesmente estar aqui, sem a ânsia ou a culpa ou o desejo, de não poder estar em qualquer outro lugar, talvez na praia junto de meu irmão e cunhada, talvez em nova york, paris ou mesmo na índia...
incrível também a sensação de que nada 'precisava' ser feito. de que tudo estava apenas sendo feito. descobri ontem apenas a incrível diferença entre TER que fazer algo ou simplesmente FAZER algo...
e essa descoberta serena, sem busca, sem pressa, transformou algo em mim. transformou o tempo em mim. tem transformado a vida para mim...
Propor um olhar mais atento às palavras, sensações, emoções ... compartilhar minhas distrações... nada mais!
domingo, 25 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Ano 1994. Eu, ainda meio menina, meio adolescente, meio mulher, tentando me encontrar profissionalmente, afetivamente, buscando algum lugar no mundo onde pudesse me sentir em ‘casa’ ... nesta parte do caminho encontrei um grupo muito especial de amigos! Todos jovens, todos meio adolescentes, todos em busca de si mesmos. Alguns com histórias muito próximas. Alguns começando novas histórias. Alguns saindo de histórias também ...
Neste grupo encontrei pessoas que permanecem até hoje em minha vida. E sou muito grata por isso! Algumas dessas pessoas estiveram, ao longo destes anos todos, sempre muito próximas a mim. Em momentos especiais. Momentos de alguma tristeza, decepção, revolta, sustos e ansiedade; mas também, em momentos ótimos de pura diversão, farra, comemoração, brindes e felicidade!
Hoje, mais maduros (após 17 anos) incrivelmente a maioria deles permanece ainda muito jovem... jovem nos sonhos, nas idéias, nas realizações, na capacidade de se inventar, re-inventar, sorrir, chorar.
Uma destas especiais pessoas que me acompanham nesta trajetória se chama Isabel. E dela poderia comentar muitas coisas. Quantos pequenos segredos já não trocamos? Quantos ‘papos-cabeça’ já não tivemos? Quanta festa e ‘saraus’ no Ocidente? Nossa trajetória de amizade vem permeada de momentos leves e engraçados, de cursos de ‘empreendedorismo’, de sonhos coletivos, estudos apaixonados pela língua castelhana (muitas aulas com a professora Su, que acabou ela mesma entrando na magia desta amizade e somando-se a este grupo tão especial que me acompanha até hoje), de alguma ‘vizinhança’ (sim, fomos vizinhas eu e Isabel, no antigo prédio da ‘Zuréia?!’ durante um ano)... tempos em que se podia correr para o apartamento uma da outra a fugir de ‘morcegos’ e fantasmas, em busca de companhia e uma boa espumante!!!
Com ela eu estava no ‘Ossip’ quando, tentando superar uma ou outra dor de cotovelo, me apareceu, meio sem querer, o pai de minha filha. Seguindo a memória, dela também consigo lembrar coisas como o dia em que fiquei grávida (e apavorada) a procurei para saber como agir e ela, demonstrando uma sabedoria muito especial me respondeu apenas... “sabes que tuas crenças são diferentes das minhas, né, Jac?! Então decida de acordo com a tua natureza e tudo dará certo!” (nem sei se ela lembra disso, mas eu jamais esqueci).
Também consigo lembrar de outro dia, nove meses depois, quando chegou com seu enorme sorriso na maternidade e, sem nenhuma combinação, cantou lindamente para minha pequena filha que nascera há apenas algumas horas. Sim! ‘Luisa – de Tom Jobim’ – foi a canção tão carinhosa que Isabel entoou para receber minha filha neste mundo!
Também não esqueço de outro episódio - alguns anos mais tarde - quando a Bebel chegou em minha casa, num dos muitos ‘foundees’ que costumavam rolar no sótão da Vila Nova e me perguntou: “Estou muito a fim de sair com o Moschini, tu não te incomodas?!” (e eu, sincera e alegremente respondi que achava que eles haviam nascido um para o outro)...
As memórias vão se misturando e acumulando, até um telefonema por volta do último mês de setembro, apenas e especialmente para me dizer o quanto ela estava curtindo meus textos neste ‘blog’... Ah! Bem, tem o nosso ‘amigo-secreto a três!’ ... Sim, uma invenção das três mosqueteiras (Isabel, Jac e Susana) para simplesmente não deixarmos morrer ou cair no esquecimento uma relação de natureza tão forte, quanto hoje significa esta amizade....
Isabel, este texto é meu presente de ‘amigo-secreto’ para te dizer: Que feliz eu sou por teres participado de tantos momentos importantes de minha vida, alguns até bem difíceis, e ainda assim fazer com que eu sinta que lá, em 1994, encontrei, sim, um grupo que me ajudou e ainda ajuda a ‘me sentir em casa’...
Feliz Natal e Ano Novo, minha querida, amiga secreta!!!
Neste grupo encontrei pessoas que permanecem até hoje em minha vida. E sou muito grata por isso! Algumas dessas pessoas estiveram, ao longo destes anos todos, sempre muito próximas a mim. Em momentos especiais. Momentos de alguma tristeza, decepção, revolta, sustos e ansiedade; mas também, em momentos ótimos de pura diversão, farra, comemoração, brindes e felicidade!
Hoje, mais maduros (após 17 anos) incrivelmente a maioria deles permanece ainda muito jovem... jovem nos sonhos, nas idéias, nas realizações, na capacidade de se inventar, re-inventar, sorrir, chorar.
Uma destas especiais pessoas que me acompanham nesta trajetória se chama Isabel. E dela poderia comentar muitas coisas. Quantos pequenos segredos já não trocamos? Quantos ‘papos-cabeça’ já não tivemos? Quanta festa e ‘saraus’ no Ocidente? Nossa trajetória de amizade vem permeada de momentos leves e engraçados, de cursos de ‘empreendedorismo’, de sonhos coletivos, estudos apaixonados pela língua castelhana (muitas aulas com a professora Su, que acabou ela mesma entrando na magia desta amizade e somando-se a este grupo tão especial que me acompanha até hoje), de alguma ‘vizinhança’ (sim, fomos vizinhas eu e Isabel, no antigo prédio da ‘Zuréia?!’ durante um ano)... tempos em que se podia correr para o apartamento uma da outra a fugir de ‘morcegos’ e fantasmas, em busca de companhia e uma boa espumante!!!
Com ela eu estava no ‘Ossip’ quando, tentando superar uma ou outra dor de cotovelo, me apareceu, meio sem querer, o pai de minha filha. Seguindo a memória, dela também consigo lembrar coisas como o dia em que fiquei grávida (e apavorada) a procurei para saber como agir e ela, demonstrando uma sabedoria muito especial me respondeu apenas... “sabes que tuas crenças são diferentes das minhas, né, Jac?! Então decida de acordo com a tua natureza e tudo dará certo!” (nem sei se ela lembra disso, mas eu jamais esqueci).
Também consigo lembrar de outro dia, nove meses depois, quando chegou com seu enorme sorriso na maternidade e, sem nenhuma combinação, cantou lindamente para minha pequena filha que nascera há apenas algumas horas. Sim! ‘Luisa – de Tom Jobim’ – foi a canção tão carinhosa que Isabel entoou para receber minha filha neste mundo!
Também não esqueço de outro episódio - alguns anos mais tarde - quando a Bebel chegou em minha casa, num dos muitos ‘foundees’ que costumavam rolar no sótão da Vila Nova e me perguntou: “Estou muito a fim de sair com o Moschini, tu não te incomodas?!” (e eu, sincera e alegremente respondi que achava que eles haviam nascido um para o outro)...
As memórias vão se misturando e acumulando, até um telefonema por volta do último mês de setembro, apenas e especialmente para me dizer o quanto ela estava curtindo meus textos neste ‘blog’... Ah! Bem, tem o nosso ‘amigo-secreto a três!’ ... Sim, uma invenção das três mosqueteiras (Isabel, Jac e Susana) para simplesmente não deixarmos morrer ou cair no esquecimento uma relação de natureza tão forte, quanto hoje significa esta amizade....
Isabel, este texto é meu presente de ‘amigo-secreto’ para te dizer: Que feliz eu sou por teres participado de tantos momentos importantes de minha vida, alguns até bem difíceis, e ainda assim fazer com que eu sinta que lá, em 1994, encontrei, sim, um grupo que me ajudou e ainda ajuda a ‘me sentir em casa’...
Feliz Natal e Ano Novo, minha querida, amiga secreta!!!
domingo, 11 de dezembro de 2011
O sexo e a cura...
que o sexo é, sem dúvida, um dos grandes prazeres da vida, disso todo mundo sabe! que ele auxilia na perda de peso (em média um humano perde 26 calorias por minuto enquanto beija) disso nem todo mundo sabe... que, além disso, um sexo vigoroso durante meia hora ajuda a queimar 150 calorias (três quilos em um ano – se você tiver relações sexuais 7 a 8 vezes por mês), muitas de minhas queridas amigas também já o sabem; porém nunca é demais lembrar.... Beijar também é muito bom para os dentes: o excesso de saliva lançado durante o ato ajuda manter a boca limpa.
que o sexo também cura dores de cabeça (isso nem eu sabia) porque faz com que o corpo libere as endorfinas que, naturalmente, reduzem a dor.... assim, mulheres, um alerta! vamos ter que repensar aquela velha desculpinha descabida tão comum entre algumas de nossa espécie...
sexo por diversão?!?! ora, porque não?! é mais comum entre alguns espécimes (além da raça humana), incluindo os golfinhos e chimpanzés bonobos que quando observados no exercício de suas atividades sexuais, demonstraram usa-lo como instrumento de compensação da agressividade e agente reconciliador...
mas o que quero mesmo colocar neste texto, além de alguns toques óbvios sobre um tema tão comum, é que precisamos tomar conhecimento da 'sacralidade do prazer'; em outras palavras, do quanto poderíamos aprender se observássemos o quanto já sabemos sobre o prazer e a cura!
me chama a atenção, e talvez isso tenha a ver com minha idade, que com o passar do tempo, nossa relação com a vida vai se encaminhando para um grande paradoxo: a cada dia de vida que ganhamos, o perdemos para a morte!
de posse desta sabedoria, percebo cada dia mais como é urgente 'viver bem e plenamente' ... e o quanto esses pequenos momentos de vida que se iniciam com o acordar (equivalente ao nascer) tecem pedaços na história da nossa vida que se encerram a cada noite ao dormir (equivalente ao morrer)...
penso que com a energia sexual não seja diferente, deve seguir a mesma dinâmica. por ora se destrói (a morte), para no instante seguinte, se reconstruir (a vida)... o importante é O QUE podemos construir com a sexualidade voltada para a cura e para a criatividade!
quando direcionamos a sexualidade para a 'entrega', talvez estejamos redimensionando o sexo e sua trajetória, relacionado-o à cura, trazendo assim, a saúde do corpo e do espírito! para alcançar essa plenitude, porém, é preciso haver afetividade e amor... é na descoberta desta entrega que visualizo, agora, uma possibilidade de 'transformação alquímica' do que considerei, ate bem pouco tempo como os quatro medos básicos: de viver, de amar, de envelhecer e de morrer... todos intimamente interligados!!!
que o sexo também cura dores de cabeça (isso nem eu sabia) porque faz com que o corpo libere as endorfinas que, naturalmente, reduzem a dor.... assim, mulheres, um alerta! vamos ter que repensar aquela velha desculpinha descabida tão comum entre algumas de nossa espécie...
sexo por diversão?!?! ora, porque não?! é mais comum entre alguns espécimes (além da raça humana), incluindo os golfinhos e chimpanzés bonobos que quando observados no exercício de suas atividades sexuais, demonstraram usa-lo como instrumento de compensação da agressividade e agente reconciliador...
mas o que quero mesmo colocar neste texto, além de alguns toques óbvios sobre um tema tão comum, é que precisamos tomar conhecimento da 'sacralidade do prazer'; em outras palavras, do quanto poderíamos aprender se observássemos o quanto já sabemos sobre o prazer e a cura!
me chama a atenção, e talvez isso tenha a ver com minha idade, que com o passar do tempo, nossa relação com a vida vai se encaminhando para um grande paradoxo: a cada dia de vida que ganhamos, o perdemos para a morte!
de posse desta sabedoria, percebo cada dia mais como é urgente 'viver bem e plenamente' ... e o quanto esses pequenos momentos de vida que se iniciam com o acordar (equivalente ao nascer) tecem pedaços na história da nossa vida que se encerram a cada noite ao dormir (equivalente ao morrer)...
penso que com a energia sexual não seja diferente, deve seguir a mesma dinâmica. por ora se destrói (a morte), para no instante seguinte, se reconstruir (a vida)... o importante é O QUE podemos construir com a sexualidade voltada para a cura e para a criatividade!
quando direcionamos a sexualidade para a 'entrega', talvez estejamos redimensionando o sexo e sua trajetória, relacionado-o à cura, trazendo assim, a saúde do corpo e do espírito! para alcançar essa plenitude, porém, é preciso haver afetividade e amor... é na descoberta desta entrega que visualizo, agora, uma possibilidade de 'transformação alquímica' do que considerei, ate bem pouco tempo como os quatro medos básicos: de viver, de amar, de envelhecer e de morrer... todos intimamente interligados!!!
domingo, 4 de dezembro de 2011
há tempos não me sentia assim... ou, melhor dizendo, há tempos venho caminhando para deixar pra trás alguns sentimentos, alguns 'apegos' e algumas inquietações nostálgicas. tive vários momentos que me fizeram acreditar que na caminhada, já tivesse deixado minhas cascas e iniciado um bonito e, por que não dizer, doloroso processo de transformação... mas a vida as vezes nos apresenta novos fatos, novas surpresas ou até mesmo traz de volta velhos assuntos. me pus a perguntar , durante as duas últimas semanas, o que faz com que mesmo sabendo conscientemente qual o caminho a tomar - sempre à frente - ainda assim, paremos ao longo da estrada, simplesmente a remoer velhas feridas, velhas angústias, velhos paradigmas e velhas crenças.... a questão em si, até não importa muito. o que importa é a extensão de seu abalo sobre nós! o quanto alguns aspectos de cada movimento realizado pelo outro, ou outros, de alguma forma, nos paralisa ou nos machuca, nos atrai ou nos repele. minha própria caminhada por esta vida tem me apresentado situações tão improváveis que achava já ter aprendido a 'saltar', quando algo novo se me apresentasse... saltar para continuar. saltar não para não ver, saltar para 'desapegar' do que já não serve mais... quanto mesmo já aprendi sobre isso? quantas vezes me apeguei a um sem fim de coisas, como se fosse possível preservá-las para sempre... quanto já aprendi de fato sobre o 'para sempre' ser , no mínimo, improvável ???
relacionamentos, bens materiais e idéias... quanto todas estas manifestações da vida costumam ainda me deixar tão vulnerável, trazendo um sem fim de sentimentos como o ciúmes, a mágoa, o medo, e, por consequência, claro, o sofrimento...
acredito que é preciso coragem para aliviar essa bagagem conceitual que carregamos ao longo da vida... seja ela material, com coisas que já não usamos mais, como também de crenças e pensamentos cristalizados ou obsoletos... se, afinal, o antigo já não serve mais, como abrir espaço para o novo? a resposta parece óbvia: abrindo mão do que pode ir embora sem deixar saudades.... mas como isso realmente pode acontecer, quando fatos, acontecimentos, novidades acabam por chegar e ressaltar que toda nossa trajetória em direção ao tão desejado 'desapego' pode ter sido nada mais do que uma caminhada em círculos???
acho que trazer os sentimentos para as páginas, já me ajuda a praticar uma nova crença, e com essa prática, deixar o 'velho' um pouco (ainda que bem pouco) para trás...refletindo melhor sobre o 'mal-estar' vivenciado nas últimas duas ou três semanas, o melhor a fazer - ainda que sem muita convicção - é acreditar que o que se possui verdadeiramente nunca se perde, sempre está aqui e, quando compartilhado, aumenta, não diminui... o apego nos mantém prisioneiros... o desapego liberta, como uma espécie de percepção sobre uma consciência maior em nós, nossa fonte de alegria...
li em algum lugar que o maior risco da vida é tomar precauções demais! muitas vezes, nos dedicamos a proteger nossos tesouros terrenos e também pessoas e amores, justamente pelo medo da perda... praticar o desapego parece como abandonar nossas crenças e nossa necessidade de estar certo, de possuir alguém ou alguma coisa, de vencer a todo o custo, de ser considerado superior, e, principalmente, de esquecer os resultados de nossas ações, porque quando nos desligamos dos resultados, aprenderemos simplesmente a desfrutar da caminhada...
penso ainda que fui feliz mesmo, pra valer, poucas vezes. e refletindo agora vejo que foi justamente quando me dei a chance de ser quem realmente eu era... experimentando encarar a incerteza como minha unica ferramenta para solucionar algum problema ... ou melhor, cultivando a única certeza que importa... a de que serei capaz de tudo!!!
quero acreditar que isso ainda seja possível... que eu seja capaz de me livrar do desejo imediato em favor de algum ganho posterior... que eu transforme minhas inquietações em disciplina... porque “Disciplina é liberdade” - já cantava Renato Russo, e ainda acredito que só poderemos ser livres, sermos capazes de discernir e escolher, se “mandarmos” em nós mesmos...
relacionamentos, bens materiais e idéias... quanto todas estas manifestações da vida costumam ainda me deixar tão vulnerável, trazendo um sem fim de sentimentos como o ciúmes, a mágoa, o medo, e, por consequência, claro, o sofrimento...
acredito que é preciso coragem para aliviar essa bagagem conceitual que carregamos ao longo da vida... seja ela material, com coisas que já não usamos mais, como também de crenças e pensamentos cristalizados ou obsoletos... se, afinal, o antigo já não serve mais, como abrir espaço para o novo? a resposta parece óbvia: abrindo mão do que pode ir embora sem deixar saudades.... mas como isso realmente pode acontecer, quando fatos, acontecimentos, novidades acabam por chegar e ressaltar que toda nossa trajetória em direção ao tão desejado 'desapego' pode ter sido nada mais do que uma caminhada em círculos???
acho que trazer os sentimentos para as páginas, já me ajuda a praticar uma nova crença, e com essa prática, deixar o 'velho' um pouco (ainda que bem pouco) para trás...refletindo melhor sobre o 'mal-estar' vivenciado nas últimas duas ou três semanas, o melhor a fazer - ainda que sem muita convicção - é acreditar que o que se possui verdadeiramente nunca se perde, sempre está aqui e, quando compartilhado, aumenta, não diminui... o apego nos mantém prisioneiros... o desapego liberta, como uma espécie de percepção sobre uma consciência maior em nós, nossa fonte de alegria...
li em algum lugar que o maior risco da vida é tomar precauções demais! muitas vezes, nos dedicamos a proteger nossos tesouros terrenos e também pessoas e amores, justamente pelo medo da perda... praticar o desapego parece como abandonar nossas crenças e nossa necessidade de estar certo, de possuir alguém ou alguma coisa, de vencer a todo o custo, de ser considerado superior, e, principalmente, de esquecer os resultados de nossas ações, porque quando nos desligamos dos resultados, aprenderemos simplesmente a desfrutar da caminhada...
penso ainda que fui feliz mesmo, pra valer, poucas vezes. e refletindo agora vejo que foi justamente quando me dei a chance de ser quem realmente eu era... experimentando encarar a incerteza como minha unica ferramenta para solucionar algum problema ... ou melhor, cultivando a única certeza que importa... a de que serei capaz de tudo!!!
quero acreditar que isso ainda seja possível... que eu seja capaz de me livrar do desejo imediato em favor de algum ganho posterior... que eu transforme minhas inquietações em disciplina... porque “Disciplina é liberdade” - já cantava Renato Russo, e ainda acredito que só poderemos ser livres, sermos capazes de discernir e escolher, se “mandarmos” em nós mesmos...
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
construir pontes e não muros... o desafio da educação e da aprendizagem
Sempre me entusiasma ouvir pensadores e realizadores como o educador português José Pacheco, que também esteve no Congresso de Inovação, contando como é sua 'Escola da Ponte', em Portugal. Um lugar em que não há turmas e onde um sistema baseado em 'seriação ou ciclos' não tem nenhum sentido.
Jose Pacheco traz a ideia - que já nem é tão inovadora - de que um sujeito que quer inovar deve ter mais interrogações do que certezas... por isso, desafiou o público de um congresso que pretendia discutir temas da Inovação com sua didática ao 'revés', questionando todo um sistema educacional - e os sistemas em geral - a pensarem fora de seus muros!
Fiquei imaginando esse lugar. Um local que já funciona efetivamente há 30 anos, onde professores não são responsáveis por uma disciplina ou por uma turma específica e que, apesar de fazer parte da rede pública portuguesa, em nada se parece com as demais instituições de educação daquele ou deste país.
Enquanto o ouvia, entusiasmado, contar sobre um esquema educacional em que as crianças e os adolescentes (muitos deles violentos, transferidos de outras instituições) definiam quais suas áreas de interesse, para a partir deles, desenvolverem projetos de pesquisa, tanto em grupo como individuais; confesso que enchi meu coração de esperança sobre as questões de educação e aprendizagem.
Não que a própria Escola da Ponte surja, em si, como um tema novo!
Não que eu tenha passado a acreditar que um sistema tão centrado no interesse das pessoas, possa, de alguma maneira, mostrar-se viável em nossa sociedade sistemista e burocratizada...
Mas sim, posso dizer que ouço com algum 'respiro' quando alguém atravessa o oceano, convidado por um Sistema de Defesa da Indústria brasileira, para, no mínimo, expor suas práticas e desafiar-nos a pensar um pouquinho além de nosso quadrado!!!
Jose Pacheco traz a ideia - que já nem é tão inovadora - de que um sujeito que quer inovar deve ter mais interrogações do que certezas... por isso, desafiou o público de um congresso que pretendia discutir temas da Inovação com sua didática ao 'revés', questionando todo um sistema educacional - e os sistemas em geral - a pensarem fora de seus muros!
Fiquei imaginando esse lugar. Um local que já funciona efetivamente há 30 anos, onde professores não são responsáveis por uma disciplina ou por uma turma específica e que, apesar de fazer parte da rede pública portuguesa, em nada se parece com as demais instituições de educação daquele ou deste país.
Enquanto o ouvia, entusiasmado, contar sobre um esquema educacional em que as crianças e os adolescentes (muitos deles violentos, transferidos de outras instituições) definiam quais suas áreas de interesse, para a partir deles, desenvolverem projetos de pesquisa, tanto em grupo como individuais; confesso que enchi meu coração de esperança sobre as questões de educação e aprendizagem.
Não que a própria Escola da Ponte surja, em si, como um tema novo!
Não que eu tenha passado a acreditar que um sistema tão centrado no interesse das pessoas, possa, de alguma maneira, mostrar-se viável em nossa sociedade sistemista e burocratizada...
Mas sim, posso dizer que ouço com algum 'respiro' quando alguém atravessa o oceano, convidado por um Sistema de Defesa da Indústria brasileira, para, no mínimo, expor suas práticas e desafiar-nos a pensar um pouquinho além de nosso quadrado!!!
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
será que aprendemos?
Hoje, uma segunda pré-feriado e, principalmente, pré-Congresso" configurou-se especialmente por seu clima de tensão... senti durante vários momentos do dia uma atmosfera pesada no ar, como se estivéssemos todos sentados sobre 'granadas' prestes a explodir... o entra e sai, o semblante tenso dos colegas, fornecedores e afins e a nossa (talvez a minha) perspectiva de que estamos na eminência de algum grande 'engano', ajudam na percepção deste diagnóstico.
O que sobrou foi baixar a cabeça e buscar o que fazer, como contribuir, o quanto ajudar, sem tentar parecer 'intrusa' ou me arriscar a pisar em algumas daquelas granadas imaginárias!!!
Antes mesmo das onze horas da manhã já havia escutado - a despeito de meus fones de ouvido e do The Smiths" que me acompanharam boa parte desta segunda - pelo menos meia dúzia de reclamações a respeito de erros ou acontecimentos inusitados ou, ao contrário, 'não' acontecimentos esperados a esta altura do campeonato.
A reflexão que me vem deste olhar sobre o dia de hoje, versa sobre um mundo que quanto mais convivo e observo, mais percebo que não consigo inferir. Olho, e apenas olho, para a forma como são conduzidas as coisas e penso (como não poderia deixar de ser) no quanto já poderíamos ter realmente aprendido nestes quatro anos de realização deste congresso. Ainda assim, vejo que pouco foi realmente aprendido e aproveito para fazer uma reflexão a cerca do quanto as organizações, as corporações, as instituições, os ambientes políticos em geral, tem, de fato, capacidade de aprendizagem. O quanto elas querem aprender; o quanto tem a humildade inerente de quem gosta de aprender.
Minha trajetória por instituições, empresas, organizações sociais, não é das mais extensas, porém quase suficiente para me ensinar que, na grande maioria dos lugares, o que vi são pessoas cheias do que considero 'saber colateral' - um saber que advém de muita informação, conhecimento, mas pouca capacidade de realizar os 'links' necessários ao aprendizado propriamente dito. As conexões. As reflexões. Em minha opinião, se 'aprende verdadeiramente' quando se tem tempo para organizar o apreendido, juntando-o com o que foi ouvido e praticando algo novo do realizado anteriormente.
Se 'aprende verdadeiramente' quando se pára de achar isso ou aquilo, de se deduzir por conta própria, ou a partir do próprio umbigo.
Aprendemos, de verdade, quando criticamos aquilo que fazemos, não para justificar nosso fazer ou ainda para achar os culpados; mas sim, para aceitar de boa vontade nossos erros e os dos outros, como professores e guias em nossos acertos do futuro.
O que sobrou foi baixar a cabeça e buscar o que fazer, como contribuir, o quanto ajudar, sem tentar parecer 'intrusa' ou me arriscar a pisar em algumas daquelas granadas imaginárias!!!
Antes mesmo das onze horas da manhã já havia escutado - a despeito de meus fones de ouvido e do The Smiths" que me acompanharam boa parte desta segunda - pelo menos meia dúzia de reclamações a respeito de erros ou acontecimentos inusitados ou, ao contrário, 'não' acontecimentos esperados a esta altura do campeonato.
A reflexão que me vem deste olhar sobre o dia de hoje, versa sobre um mundo que quanto mais convivo e observo, mais percebo que não consigo inferir. Olho, e apenas olho, para a forma como são conduzidas as coisas e penso (como não poderia deixar de ser) no quanto já poderíamos ter realmente aprendido nestes quatro anos de realização deste congresso. Ainda assim, vejo que pouco foi realmente aprendido e aproveito para fazer uma reflexão a cerca do quanto as organizações, as corporações, as instituições, os ambientes políticos em geral, tem, de fato, capacidade de aprendizagem. O quanto elas querem aprender; o quanto tem a humildade inerente de quem gosta de aprender.
Minha trajetória por instituições, empresas, organizações sociais, não é das mais extensas, porém quase suficiente para me ensinar que, na grande maioria dos lugares, o que vi são pessoas cheias do que considero 'saber colateral' - um saber que advém de muita informação, conhecimento, mas pouca capacidade de realizar os 'links' necessários ao aprendizado propriamente dito. As conexões. As reflexões. Em minha opinião, se 'aprende verdadeiramente' quando se tem tempo para organizar o apreendido, juntando-o com o que foi ouvido e praticando algo novo do realizado anteriormente.
Se 'aprende verdadeiramente' quando se pára de achar isso ou aquilo, de se deduzir por conta própria, ou a partir do próprio umbigo.
Aprendemos, de verdade, quando criticamos aquilo que fazemos, não para justificar nosso fazer ou ainda para achar os culpados; mas sim, para aceitar de boa vontade nossos erros e os dos outros, como professores e guias em nossos acertos do futuro.
domingo, 13 de novembro de 2011
coisas da adolescência...
"eu amava e como amava algum cantor,
de qualquer clichê, de cabaré, de lua e flor ...
eu sonhava como a feia na vitrine, como carta que se assina em vão,
eu amava e como amava um sonhador, sem saber porque
e amava ter no coração,
a certeza ventilada de poesia, de que o dia amanhece não,
eu amava e como amava um pescador,
que se encanta mais com a rede que com o mar,
eu amava como jamais poderia se soubesse
como te encontrar !!!" (simplesmente Oswaldo Montenegro)
de qualquer clichê, de cabaré, de lua e flor ...
eu sonhava como a feia na vitrine, como carta que se assina em vão,
eu amava e como amava um sonhador, sem saber porque
e amava ter no coração,
a certeza ventilada de poesia, de que o dia amanhece não,
eu amava e como amava um pescador,
que se encanta mais com a rede que com o mar,
eu amava como jamais poderia se soubesse
como te encontrar !!!" (simplesmente Oswaldo Montenegro)
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Saudade
Essa é mesmo uma palavra que conheço bem. Muito já escrevi sobre ela, em velhas cartas, velhos emails, velhos textos que dormem esquecidos nas gavetas por aqui. Sei que é uma palavra que só existe na nossa língua! Ao que sei, 'saudade' não se diz em mais nenhum outro lugar. Mas que se sente, ah, isso certamente sim !!!
Gostava de dize-la em espanhol castelhano, aprendido na cidade de Salamanca, quando há mais de dez anos, fui até lá conhecer e viver o idioma... E foi lá, na pequena e mais cosmopolita cidade da Espanha que aprendi que em espanhol 'echamos mucho de menos' quando estamos sentindo falta de alguém que queremos muito... também me encanta muito a maneira uruguaia de dizer que 'te extraño mucho' para aqueles a quem, provavelmente, sentiremos muita falta!
No inglês ainda encontraremos a menos romântica, mas igualmente forte frase: "I miss you so much" , para substituir a pequena e forte palavrinha portuguesa intitulada apenas 'Saudade'...
Poderia citá-la aqui em francês, em holandês, em chinês... se soubesse como é, claro, mas o que quero mesmo falar sobre a saudade não vem da boca e, sim, do coração.
Saudade é o que provavelmente tem me mantido acordada até esta hora nas últimas noites e também o que me desperta muitas vezes, em plena madrugada, em sonhos inconscientes que teimam em me contar o que o consciente já esqueceu... será?
Saudade é o que ainda me faz ler e reler emails, ainda escrevê-los, buscar referências novas, com base em teses antigas.
Saudade é uma espécie de solidão acompanhada!
Uma forma de vivermos paralelamente pendurada em dois mundos, o do aqui e o de ontem.
Olhando assim, parece triste. Mas não será muito mais triste, simplesmente não se sentir, saudade?!?!
Gostava de dize-la em espanhol castelhano, aprendido na cidade de Salamanca, quando há mais de dez anos, fui até lá conhecer e viver o idioma... E foi lá, na pequena e mais cosmopolita cidade da Espanha que aprendi que em espanhol 'echamos mucho de menos' quando estamos sentindo falta de alguém que queremos muito... também me encanta muito a maneira uruguaia de dizer que 'te extraño mucho' para aqueles a quem, provavelmente, sentiremos muita falta!
No inglês ainda encontraremos a menos romântica, mas igualmente forte frase: "I miss you so much" , para substituir a pequena e forte palavrinha portuguesa intitulada apenas 'Saudade'...
Poderia citá-la aqui em francês, em holandês, em chinês... se soubesse como é, claro, mas o que quero mesmo falar sobre a saudade não vem da boca e, sim, do coração.
Saudade é o que provavelmente tem me mantido acordada até esta hora nas últimas noites e também o que me desperta muitas vezes, em plena madrugada, em sonhos inconscientes que teimam em me contar o que o consciente já esqueceu... será?
Saudade é o que ainda me faz ler e reler emails, ainda escrevê-los, buscar referências novas, com base em teses antigas.
Saudade é uma espécie de solidão acompanhada!
Uma forma de vivermos paralelamente pendurada em dois mundos, o do aqui e o de ontem.
Olhando assim, parece triste. Mas não será muito mais triste, simplesmente não se sentir, saudade?!?!
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
A palavra ...
Tenho de fato verdadeiro fascínio pelas palavras... e creio que elas me chamam, me gritam, me movem, sempre foi assim. As uso, livremente, de forma a comunicar-me, a agredir, a afagar, a transgredir, a cooperar... Nunca, no entanto, me dera conta de que a palavra é verdadeiramente 'processo' em mim. Até outro dia (recente) em que reencontrei meu ex-colega de segundo grau e algo que ele me disse (ou digitou) ficou ecoando em minha mente até agora. Me disse que lá atrás, quando tínhamos os dois provavelmente catorze ou quinze anos, ele (com memória muito superior à minha) costumava prestar atenção nas minhas 'palavras' escritas então nas 'orelhas' dos cadernos e livros, nos meus improváveis textos adolescentes e confessou-me que, a partir deste olhar para minhas então 'recentes palavras', passou, ele próprio, a escrever de "forma diferente" - como me relatou!
Tal comentário claro que me envaideceu. Nunca imaginara sequer que algum dia alguém pudesse lembrar-se de que tinha mesmo essa mania de escrever tudo o que via e tudo o que sentia. Mas, além de envaidecer-me, despertou algo mais. Despertou a consciência para algo que não havia colocado grau de importância... o fato de que minhas palavras, ao menos naquela época, serviram de influência para que outra pessoa, também pudesse ter arrancado de dentro de si, seus próprios sentimentos.
E é esse novo 'olhar sobre a influência da palavra' em minha vida que chamo de 'processo', pois dei-me conta aqui que se para alguns "Navegar é preciso, viver não é preciso", para mim "Viver não é preciso e escrever, é essencial" !
Tal comentário claro que me envaideceu. Nunca imaginara sequer que algum dia alguém pudesse lembrar-se de que tinha mesmo essa mania de escrever tudo o que via e tudo o que sentia. Mas, além de envaidecer-me, despertou algo mais. Despertou a consciência para algo que não havia colocado grau de importância... o fato de que minhas palavras, ao menos naquela época, serviram de influência para que outra pessoa, também pudesse ter arrancado de dentro de si, seus próprios sentimentos.
E é esse novo 'olhar sobre a influência da palavra' em minha vida que chamo de 'processo', pois dei-me conta aqui que se para alguns "Navegar é preciso, viver não é preciso", para mim "Viver não é preciso e escrever, é essencial" !
sábado, 5 de novembro de 2011
o que valeu a pena hoje ... ou o que anda valendo a pena ultimamente ?
Não tenho bem certeza se foi da Martha Medeiros (ou de outro autor) que li, certa vez, um texto com este título... seja como for, hoje senti que poderia eu me atrever a discorrer sobre o tema. Em uma das crônicas de seu livro "O Amor não Acaba", Paulo Mendes Campos, diz que 'devemos nos empenhar em não deixar o dia partir inutilmente'... lido assim, parece-me que este deveria ser sempre o nosso lema! Mesmo com cara de frase de 'auto-ajuda' ou até meio piegas, ainda assim observo o quanto não é comum nosso esforço neste sentido.
Quantas e quantas vezes acordar, trabalhar, estudar, comer, ir, vir, chegar, partir, pagar contas e tantas outras mazelas que fazem parte da rotina, embaçam nossa percepção e nos distrai do que é realmente essencial... e, se de verdade procurarmos, sempre poderemos encontrar alguma coisa... ou ainda, ressignificar algumas coisas!
Baseada nessa premissa é que tenho procurado olhar meus dias ultimamente... dias comuns, onde aparentemente nada acontece... e que são, tenho que ser franca, a maioria esmagadora em minha vida. Por esta razão, se não observar os detalhes, buscando encontrar valor fora dos grandes acontecimentos (como ganhar na loteria, ou um aumento de salário, ou ainda comprar um carro novo ou encontrar o amor de nossas vidas)o que realmente tem me feito vibrar, são mesmo as pequenas coisas, os pequenos acontecimentos ou, como diria meu ex-marido, os 'micro-prazeres' !!!
Um telefonema... Um filme... Um reencontro de muitos anos ... algo que surge assim, sem aviso, e que passa a dar outro ritmo, sabor e cor aos meus dias comuns.
Nas últimas semanas, o que não faltaram foram os detalhes... e quantos detalhes !!! A quinta-feira de meu aniversário foi brindada com a deliciosa surpresa de assistir a um inacreditável show de jazz num lugar pitoresco de São Paulo, denominado 'Jazz nos Fundos'...
Já a quarta do feriado valeu simplesmente pelo momento em que fui buscar minha filha em frente ao colégio, voltando de sua própria viagem a São Paulo com seu grupo do futebol. Vê-la chegar bem, inteirinha, feliz e rouca de tanto expressar seu contentamento com a experiência, foi o que me valeu naquela quarta-feira.
Já a última quinta, valeu pelo reencontro com alguns amigos (leais e constantes) que vieram para a 'ceva' e o abraço, comemorar comigo a passagem para os 4.4....
E, por fim, o dia de hoje valeu pelo convite de uma amiga a assistir à pré-estréia do último filme de Almodóvar, La Piel que Habito, que me deixou entre 'suspensa' e 'chocada', mas de forma alguma, ilesa deste relacionamento...
Posso dizer também que o dia de hoje não partiu inutilmente por conta do encontro com meu ex-colega de segundo grau, que não vejo há uns trinta anos, através do facebook.
Todos estes pequenos acontecimentos, que considero presentes do dia-a-dia em minha vida, acabam sempre compensando qualquer um dos muitos outros dias simplesmente banais ("dias em que nada acontece, em que ninguém nos surpreende, onde o trabalho não rende e as horas se arrastam de forma estupidamente melancólicas")... ou ainda compensam outros em que nada parece dar certo(dias em que a tristeza tomou conta, o 'sentido' se perdeu, algumas pessoas simplesmente se foram)...
Não deixar o dia de hoje partir inutilmente me parece, de repente, o único modo de enfrentarmos todos os outros que ainda virão por aí... assim espero!
Quantas e quantas vezes acordar, trabalhar, estudar, comer, ir, vir, chegar, partir, pagar contas e tantas outras mazelas que fazem parte da rotina, embaçam nossa percepção e nos distrai do que é realmente essencial... e, se de verdade procurarmos, sempre poderemos encontrar alguma coisa... ou ainda, ressignificar algumas coisas!
Baseada nessa premissa é que tenho procurado olhar meus dias ultimamente... dias comuns, onde aparentemente nada acontece... e que são, tenho que ser franca, a maioria esmagadora em minha vida. Por esta razão, se não observar os detalhes, buscando encontrar valor fora dos grandes acontecimentos (como ganhar na loteria, ou um aumento de salário, ou ainda comprar um carro novo ou encontrar o amor de nossas vidas)o que realmente tem me feito vibrar, são mesmo as pequenas coisas, os pequenos acontecimentos ou, como diria meu ex-marido, os 'micro-prazeres' !!!
Um telefonema... Um filme... Um reencontro de muitos anos ... algo que surge assim, sem aviso, e que passa a dar outro ritmo, sabor e cor aos meus dias comuns.
Nas últimas semanas, o que não faltaram foram os detalhes... e quantos detalhes !!! A quinta-feira de meu aniversário foi brindada com a deliciosa surpresa de assistir a um inacreditável show de jazz num lugar pitoresco de São Paulo, denominado 'Jazz nos Fundos'...
Já a quarta do feriado valeu simplesmente pelo momento em que fui buscar minha filha em frente ao colégio, voltando de sua própria viagem a São Paulo com seu grupo do futebol. Vê-la chegar bem, inteirinha, feliz e rouca de tanto expressar seu contentamento com a experiência, foi o que me valeu naquela quarta-feira.
Já a última quinta, valeu pelo reencontro com alguns amigos (leais e constantes) que vieram para a 'ceva' e o abraço, comemorar comigo a passagem para os 4.4....
E, por fim, o dia de hoje valeu pelo convite de uma amiga a assistir à pré-estréia do último filme de Almodóvar, La Piel que Habito, que me deixou entre 'suspensa' e 'chocada', mas de forma alguma, ilesa deste relacionamento...
Posso dizer também que o dia de hoje não partiu inutilmente por conta do encontro com meu ex-colega de segundo grau, que não vejo há uns trinta anos, através do facebook.
Todos estes pequenos acontecimentos, que considero presentes do dia-a-dia em minha vida, acabam sempre compensando qualquer um dos muitos outros dias simplesmente banais ("dias em que nada acontece, em que ninguém nos surpreende, onde o trabalho não rende e as horas se arrastam de forma estupidamente melancólicas")... ou ainda compensam outros em que nada parece dar certo(dias em que a tristeza tomou conta, o 'sentido' se perdeu, algumas pessoas simplesmente se foram)...
Não deixar o dia de hoje partir inutilmente me parece, de repente, o único modo de enfrentarmos todos os outros que ainda virão por aí... assim espero!
domingo, 23 de outubro de 2011
filosofando no Ocidente ...
Ontem almocei no Bar Ocidente ... conhecido por seu estilo alternativo e suas festas temáticas, como a balonée, além é claro dos famosos Ocidente Acústico e Sarau Elétrico.
Impossível, porém, não comentar a respeito dos almoços de sábado, quando as 'aves vegetarianas de porto alegre' literalmente migram para o bar no Bom Fim, em busca daquela comidinha natural, com ênfase nos pratos 'lactovegetarianos' com um toque hindu, regados a temperos pra lá de especiais e aromáticos!!!
Não pretendo aqui comentar esta experiência gastronômica, mas deixo a dica para aqueles que ainda não a tenham, que a busquem! Podem se surpreender...
O que realmente me faz tornar a experiência de ontem um texto neste blog, tem a ver com o fato de ter levado minha filha, Luisa, pela primeira vez ao Ocidente!
Percebe-la num local que conta tanto minha história (e por que não dizer também a de seu pai) e de toda minha geração, foi muito especial. Me fez refletir a respeito da continuidade da vida, olhando sob o aspecto de que mesmo quando tudo passa (inclusive nós mesmos), ainda permanecem os valores, ainda é possível que se veja brotar nos que nos sucedem, um pouco de nós mesmos.
E isso é muito bacana! É como se, através dos novos 'olhos' que surgem, aquilo que nos foi um dia importante ainda permanecesse...Vi isso quando olhei para os olhos da Luisa! Uma percepção totalmente nova sobre a 'velha' casa rosa, descascada pelo tempo e pelo desejo de permanecer ... Vi isso quando ela olhou para o velho 'globo' de luzes no teto e sorriu, como eu mesma um dia fiz, ao entrar ali pela primeira vez!!!
Vi também, que o mesmo olhar pode ser ao mesmo tempo, tão diferente, quando ela, ao provar a comidinha que tanto adoro, fez a maior 'careta' de quem se surpreende com um paladar tão avesso ao seu próprio... (ahahahah)....
Por fim, filosofei um pouco em silêncio, percebendo o quanto passado e presente se fundiam, inaugurando um novo olhar, uma nova perspectiva da qual não pude deixar de sonhar... eu e minha filha, num futuro não muito distante, juntas em uma das muitas 'balonées' do bom e velho Bar Ocidente!
Impossível, porém, não comentar a respeito dos almoços de sábado, quando as 'aves vegetarianas de porto alegre' literalmente migram para o bar no Bom Fim, em busca daquela comidinha natural, com ênfase nos pratos 'lactovegetarianos' com um toque hindu, regados a temperos pra lá de especiais e aromáticos!!!
Não pretendo aqui comentar esta experiência gastronômica, mas deixo a dica para aqueles que ainda não a tenham, que a busquem! Podem se surpreender...
O que realmente me faz tornar a experiência de ontem um texto neste blog, tem a ver com o fato de ter levado minha filha, Luisa, pela primeira vez ao Ocidente!
Percebe-la num local que conta tanto minha história (e por que não dizer também a de seu pai) e de toda minha geração, foi muito especial. Me fez refletir a respeito da continuidade da vida, olhando sob o aspecto de que mesmo quando tudo passa (inclusive nós mesmos), ainda permanecem os valores, ainda é possível que se veja brotar nos que nos sucedem, um pouco de nós mesmos.
E isso é muito bacana! É como se, através dos novos 'olhos' que surgem, aquilo que nos foi um dia importante ainda permanecesse...Vi isso quando olhei para os olhos da Luisa! Uma percepção totalmente nova sobre a 'velha' casa rosa, descascada pelo tempo e pelo desejo de permanecer ... Vi isso quando ela olhou para o velho 'globo' de luzes no teto e sorriu, como eu mesma um dia fiz, ao entrar ali pela primeira vez!!!
Vi também, que o mesmo olhar pode ser ao mesmo tempo, tão diferente, quando ela, ao provar a comidinha que tanto adoro, fez a maior 'careta' de quem se surpreende com um paladar tão avesso ao seu próprio... (ahahahah)....
Por fim, filosofei um pouco em silêncio, percebendo o quanto passado e presente se fundiam, inaugurando um novo olhar, uma nova perspectiva da qual não pude deixar de sonhar... eu e minha filha, num futuro não muito distante, juntas em uma das muitas 'balonées' do bom e velho Bar Ocidente!
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
reflexões II
hoje estou assim... como dizer... feito um cachorro que caiu da mudança, sabe?!... só que caí aqui em Salvador, de onde escrevo pra me distrair. sem nenhum compromisso com pauta, tema central ou proposta de reflexão, acho que escrevo para me entender... olhei salvador e, como acontece toda vez em que chego a alguma cidade em que já estive, procuro vê-la como se fosse a primeira vez!
me senti chegando em casa. afinal, me esperava uma chuva fina e 'guasqueada' (como diria minha avó), um vento que quase lembrava o vento sul e um céu carregado de nuvens pesadas... muito semelhante ao céu do inverno gaúcho! entretanto, havia, claro, aquele ar mais quente e denso, com jeito de nordeste que nunca faz com que pareça estarmos em alguma outra estação que não no próprio verão.
ao ultrapassar as enormes avenidas movimentadas e ainda um pouco engarrafadas da capital baiana, me senti muito sozinha, apesar das presenças físicas de minha chefe e do motorista de táxi... especialmente quando ela, minha chefe, me perguntou: "quer ligar para alguém para avisar que tu chegastes, Jacqueline?" e imediatamente me ouvi respondendo, "não precisa, Beth, obrigada"!
dei-me conta neste breve diálogo do quanto tanto faz onde eu esteja, sempre vou sentir que por mim não espera ninguém.
claro que poderia avisar a minha filha, meus pais, irmão ou até uma amiga... ou duas... mas com esse inusitado comentário, me apercebi de que tenho um pacto (talvez comigo mesma) de raramente dizer como estou, se cheguei, se não cheguei, se estou bem, se não tanto, se preciso de ajuda, ou não... de fato, cheguei a salvador pensando mesmo em como minha independência tornou-me solitária. e o quanto nunca havia refletido sobre isso...
me senti chegando em casa. afinal, me esperava uma chuva fina e 'guasqueada' (como diria minha avó), um vento que quase lembrava o vento sul e um céu carregado de nuvens pesadas... muito semelhante ao céu do inverno gaúcho! entretanto, havia, claro, aquele ar mais quente e denso, com jeito de nordeste que nunca faz com que pareça estarmos em alguma outra estação que não no próprio verão.
ao ultrapassar as enormes avenidas movimentadas e ainda um pouco engarrafadas da capital baiana, me senti muito sozinha, apesar das presenças físicas de minha chefe e do motorista de táxi... especialmente quando ela, minha chefe, me perguntou: "quer ligar para alguém para avisar que tu chegastes, Jacqueline?" e imediatamente me ouvi respondendo, "não precisa, Beth, obrigada"!
dei-me conta neste breve diálogo do quanto tanto faz onde eu esteja, sempre vou sentir que por mim não espera ninguém.
claro que poderia avisar a minha filha, meus pais, irmão ou até uma amiga... ou duas... mas com esse inusitado comentário, me apercebi de que tenho um pacto (talvez comigo mesma) de raramente dizer como estou, se cheguei, se não cheguei, se estou bem, se não tanto, se preciso de ajuda, ou não... de fato, cheguei a salvador pensando mesmo em como minha independência tornou-me solitária. e o quanto nunca havia refletido sobre isso...
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
que me perdoem os que curtem ver a noite se atrasar... mas eu ODEIO HORÁRIO DE VERÃO!!!
Incrível essa coisa de horário de verão... dificilmente conheci algo que me pareceu tão despropositado, tão paradoxal e tão sem sentido...
despropositado porque, primeiramente, não começa no verão e, sim, na tênue primavera, que se não olhássemos para aqueles canteiros coloridos inventados pelos homens e considerássemos estas últimas noites, realmente poderia se pensar que continuamos no inverno!
paradoxal, pela própria contradição de iniciar fora do verão e terminar muito antes do referido acabar!
e, finalmente, sem sentido, porque ao que sei, seu maior benefício seria o de economia de energia, com um melhor aproveitamento da luz solar que se estenderia até um bom pedaço da noite... o que, de fato, não sei se um simples gesto de apagar as luzes de um prédio público inteiro, após um dia de expediente, não seria bem mais sensato (ao contrário do que muitas vezes vejo, quando olho para alguns prédios aqui no centro)...
... neste momento, me dou conta que nenhum horário de verão será capaz de alterar o comportamento desmedido e despreocupado da maioria das 'gentes' que, salvo algumas poucas excessões, realmente estão nem aí para esta atitude que, a longo prazo, poderá até ajudar a salvar o planeta... sustentabilidade!!!
em que pesem todos os fatores favoráveis desta iniciativa, ainda assim, como verdadeira amante da noite que sou, não gosto de vê-la 'economizada' desta forma!
sempre vou preferir sair para um happy ao anoitecer e não no meio de uma tarde se fingindo de verão... sempre vou ter a sensação de estar sendo 'roubada' em uma hora (preciosa de sono) quando meu relógio tocar tradicionalmente às seis e quinze e eu tiver certeza (pela biologia de meu ser)que ainda são apenas cinco e quinze da matina!!!
e, por último, sempre dormirei com a sensação de que minha noite foi muita curta, porque ainda não fiz nada do que queria fazer e já tenho que dormir porque amanhã preciso madrugar!
despropositado porque, primeiramente, não começa no verão e, sim, na tênue primavera, que se não olhássemos para aqueles canteiros coloridos inventados pelos homens e considerássemos estas últimas noites, realmente poderia se pensar que continuamos no inverno!
paradoxal, pela própria contradição de iniciar fora do verão e terminar muito antes do referido acabar!
e, finalmente, sem sentido, porque ao que sei, seu maior benefício seria o de economia de energia, com um melhor aproveitamento da luz solar que se estenderia até um bom pedaço da noite... o que, de fato, não sei se um simples gesto de apagar as luzes de um prédio público inteiro, após um dia de expediente, não seria bem mais sensato (ao contrário do que muitas vezes vejo, quando olho para alguns prédios aqui no centro)...
... neste momento, me dou conta que nenhum horário de verão será capaz de alterar o comportamento desmedido e despreocupado da maioria das 'gentes' que, salvo algumas poucas excessões, realmente estão nem aí para esta atitude que, a longo prazo, poderá até ajudar a salvar o planeta... sustentabilidade!!!
em que pesem todos os fatores favoráveis desta iniciativa, ainda assim, como verdadeira amante da noite que sou, não gosto de vê-la 'economizada' desta forma!
sempre vou preferir sair para um happy ao anoitecer e não no meio de uma tarde se fingindo de verão... sempre vou ter a sensação de estar sendo 'roubada' em uma hora (preciosa de sono) quando meu relógio tocar tradicionalmente às seis e quinze e eu tiver certeza (pela biologia de meu ser)que ainda são apenas cinco e quinze da matina!!!
e, por último, sempre dormirei com a sensação de que minha noite foi muita curta, porque ainda não fiz nada do que queria fazer e já tenho que dormir porque amanhã preciso madrugar!
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
descobertas que vêm do 'estômago' !
A estas alturas da minha vida (posso dizer que já estou em ‘la mitad de mí carretera’) o certo é que quase nenhum sintoma ou percepção a cerca dos sinais que meu corpo possa apresentar, desperta realmente alguma surpresa.
Sob esta perspectiva posso dizer que reconheço quando meu estômago começa a me sinalizar que algo não vai bem... ele está literalmente ‘ardendo’ desde o início desta semana, com algumas variações para nauseamento e dor de forma permanente!
Meu gastro diria que estou novamente sendo atacada pelo Helicobacter Pilori... este tão familiar ‘bichinho’ que me acompanha desde a juventude e que tanto mal já tem causado ao velho órgão presente no tubo digestivo, situado logo abaixo de meu diafragma, mais precisamente entre o esôfago e o duodeno, responsável pela digestão e esterilização dos alimentos, antes que os mesmos sigam seu caminho natural até os intestinos, onde finalmente são absorvidos!
... Ufa.. toda esta pequena aula de anatomia serve apenas para explicar o quão familiarizada já estou com meu estômago e seus sinais a respeito de mim mesma. De fato, aprendi a combater meus supostos ‘inimigos’ internos, apelidados carinhosamente de h.pilori, desde que os descobri, há cerca de pelo menos cinco anos. “Exterminá-los” - foi a decisão radical de meu médico. Para isso, muita medicação e uma dieta radical contra todos os enlatados, embutidos, fermentados, além dos cafés, maltes e álcool em geral.
Esta foi, sem dúvida, a pior parte do tratamento. Afastar-me, ainda que temporariamente, daqueles tão conhecidos ‘amigos’ e muitas vezes, únicos companheiros nas horas de solidão! Mas, era eu ou eles, então fiz a escolha racional de priorizar minha saúde... os Exterminei...
... apenas para alguns meses depois, em mais uma sessão ‘endoscopia e eu’, vir a descobrir que por mais que me cuidasse, que administrasse medicações, lavasse as folhas verdes cruas das saladas e não consumisse nenhuma salsicha ou gota de café ou álcool, lá estariam todos eles de novo!!!
Assim, desisti!
Depois da terceira ou quarta endoscopia, deixei o gastro para lá e decidi, pela razão, passar a não dar nenhuma importância aos meus inimigos, acreditando que desta maneira, ignorando-os, eu os estaria afastando (mais ou menos como geralmente faço com algumas pessoas que conheci).
De fato, vi uma melhora clínica significativa, que durou até algumas semanas atrás.... quando de novo alguns daqueles velhos sintomas voltaram a me atacar!
Claro que pensei em correr ao gastro e retomar os velhos tratamentos de combate aos meus inimigos internos. Porém, antes, resolvi olhar para a coisa de uma forma, digamos assim, mais holística! E o que venho descobrindo a partir deste novo olhar não tem exatamente me surpreendido, mas causaria, com certeza, um enorme estranhamento nas crenças e paradigmas do pobre Dr. Morales (que ele não leia este blog) !!!
Ao olhar para meu estômago, não apenas como aquele órgão descrito no terceiro parágrafo deste texto e, sim como uma parte integrante de um ser ‘uno’, indivisível, composto não apenas de carne, veias, sangue, músculos e células, percebi o quanto tudo que habita este mesmo ser, tem absolutamente tudo a ver com tudo. Explico.
Se deixarmos de nos olhar pelo paradigma de ‘partes’ separadas do todo - Rins. Fígado. Coração. Pulmão. Estômago - passaremos a ver a totalidade. Compreenderemos nossa realidade e nosso corpo como um todo integrado, cósmico, onde os elementos participam de uma dança complexa de inter-relação e correlação permanentes, entre si e com o todo, onde a ‘parte está no todo, assim como o todo está na parte’.
E, a partir desta abordagem mais holística, onde o estômago passa a ser apenas um ‘personagem’ num enorme elenco inter-relacional em meu corpo, em meu ser universal, posso compreender que o que o atinge é, sem dúvida, muito maior do que meus pequenos inimigos originais (as bactérias ‘h.pilori’)... talvez o que realmente afete este meu órgão mais fragilizado neste momento, tenha a ver com algumas histórias não engolidas, ou mal-digeridas, cujo canal de energia ainda não aprendeu seu fluxo de liberação.
Talvez o mal não esteja nele (estômago) e sim no coração, na alma, na mente; na parte de mim que ainda não aprendeu a perdoar...
A partir deste novo conhecimento, deste novo olhar, passarei a levar em consideração muito mais o diálogo entre partes em mim do que as pílulas supostamente infalíveis do Dr. Gastro ou às alfaces que tenho esquecido de lavar!!!
Sob esta perspectiva posso dizer que reconheço quando meu estômago começa a me sinalizar que algo não vai bem... ele está literalmente ‘ardendo’ desde o início desta semana, com algumas variações para nauseamento e dor de forma permanente!
Meu gastro diria que estou novamente sendo atacada pelo Helicobacter Pilori... este tão familiar ‘bichinho’ que me acompanha desde a juventude e que tanto mal já tem causado ao velho órgão presente no tubo digestivo, situado logo abaixo de meu diafragma, mais precisamente entre o esôfago e o duodeno, responsável pela digestão e esterilização dos alimentos, antes que os mesmos sigam seu caminho natural até os intestinos, onde finalmente são absorvidos!
... Ufa.. toda esta pequena aula de anatomia serve apenas para explicar o quão familiarizada já estou com meu estômago e seus sinais a respeito de mim mesma. De fato, aprendi a combater meus supostos ‘inimigos’ internos, apelidados carinhosamente de h.pilori, desde que os descobri, há cerca de pelo menos cinco anos. “Exterminá-los” - foi a decisão radical de meu médico. Para isso, muita medicação e uma dieta radical contra todos os enlatados, embutidos, fermentados, além dos cafés, maltes e álcool em geral.
Esta foi, sem dúvida, a pior parte do tratamento. Afastar-me, ainda que temporariamente, daqueles tão conhecidos ‘amigos’ e muitas vezes, únicos companheiros nas horas de solidão! Mas, era eu ou eles, então fiz a escolha racional de priorizar minha saúde... os Exterminei...
... apenas para alguns meses depois, em mais uma sessão ‘endoscopia e eu’, vir a descobrir que por mais que me cuidasse, que administrasse medicações, lavasse as folhas verdes cruas das saladas e não consumisse nenhuma salsicha ou gota de café ou álcool, lá estariam todos eles de novo!!!
Assim, desisti!
Depois da terceira ou quarta endoscopia, deixei o gastro para lá e decidi, pela razão, passar a não dar nenhuma importância aos meus inimigos, acreditando que desta maneira, ignorando-os, eu os estaria afastando (mais ou menos como geralmente faço com algumas pessoas que conheci).
De fato, vi uma melhora clínica significativa, que durou até algumas semanas atrás.... quando de novo alguns daqueles velhos sintomas voltaram a me atacar!
Claro que pensei em correr ao gastro e retomar os velhos tratamentos de combate aos meus inimigos internos. Porém, antes, resolvi olhar para a coisa de uma forma, digamos assim, mais holística! E o que venho descobrindo a partir deste novo olhar não tem exatamente me surpreendido, mas causaria, com certeza, um enorme estranhamento nas crenças e paradigmas do pobre Dr. Morales (que ele não leia este blog) !!!
Ao olhar para meu estômago, não apenas como aquele órgão descrito no terceiro parágrafo deste texto e, sim como uma parte integrante de um ser ‘uno’, indivisível, composto não apenas de carne, veias, sangue, músculos e células, percebi o quanto tudo que habita este mesmo ser, tem absolutamente tudo a ver com tudo. Explico.
Se deixarmos de nos olhar pelo paradigma de ‘partes’ separadas do todo - Rins. Fígado. Coração. Pulmão. Estômago - passaremos a ver a totalidade. Compreenderemos nossa realidade e nosso corpo como um todo integrado, cósmico, onde os elementos participam de uma dança complexa de inter-relação e correlação permanentes, entre si e com o todo, onde a ‘parte está no todo, assim como o todo está na parte’.
E, a partir desta abordagem mais holística, onde o estômago passa a ser apenas um ‘personagem’ num enorme elenco inter-relacional em meu corpo, em meu ser universal, posso compreender que o que o atinge é, sem dúvida, muito maior do que meus pequenos inimigos originais (as bactérias ‘h.pilori’)... talvez o que realmente afete este meu órgão mais fragilizado neste momento, tenha a ver com algumas histórias não engolidas, ou mal-digeridas, cujo canal de energia ainda não aprendeu seu fluxo de liberação.
Talvez o mal não esteja nele (estômago) e sim no coração, na alma, na mente; na parte de mim que ainda não aprendeu a perdoar...
A partir deste novo conhecimento, deste novo olhar, passarei a levar em consideração muito mais o diálogo entre partes em mim do que as pílulas supostamente infalíveis do Dr. Gastro ou às alfaces que tenho esquecido de lavar!!!
domingo, 9 de outubro de 2011
Olhar 'para o outro' ou 'como o outro' ???
Após a visita de minha querida amiga Isabel neste fim-de semana, me trazendo suas novidades e as de seu netinho Guilherme, bem como a 'virada' de sua vida (como ela mesma me relatou) transformando-a numa espécie de 'vó cuidadora' passando assim a viver de uma forma muito diferente da que vivia até então, estive pensando: afinal o que move o homem??? Homem como espécie, quero deixar claro.
Segundo Schopenhauer, o que move o homem, e por que não dizer o mundo, é algo definido como vontade.Algo que vem antes mesmo da razão. Analogicamente falando, talvez pudesse aqui também lembrar que para Freud, o que ele acreditava mover o homem era algo que denominou 'pulsão sexual' ou apenas 'impulsos'(de vida ou de morte). Algo bastante complexo de aqui explicitar, mas que todos podemos conhecer através de uma ferramenta mágica, chamada GOOGLE!
O que quero aqui divagar é que, ao que sabemos, este 'impulso' por crescer, se desenvolver, morrer é parte de tudo no universo, até mesmo nas plantas, nos animais ou nas células. Basta estar vivo! E a essa vontade, impulso, desejo, é o que aqui reconheço, chamamos Vida.
O que me faz realmente prestar atenção é que façamos nós qualquer força individual - ou não - ainda assim estaremos crescendo, nos desenvolvendo, morrendo. Cada célula neste universo tem somente esta preocupação. E, para que continue a vida, a partir deste ponto de vista - há naturalmente uma guerra interna e, por vezes, velada, ao qual chamamos de competição, mas que gostaria de chamar aqui apenas de 'auto-preservação'... me questiono algumas vezes do quanto esta força que definitivamente tenho visto mover o mundo tem, efetivamente, o poder de fazer bem.
Talvez estivesse me contradizendo se não admitisse esta força como uma espécie de possibilidade de preservação da vida no planeta, mas será que é a única??? Me questiono o tempo inteiro se não é, exatamente na mão contrária - quando o homem consegue se 'desaliançar' deste contexto de impulso, desejo, vontade; que ele chega mais perto de proteger sua espécie?
Falo aqui de uma outra força que também observo existir na espécie humana, mas que poucas, raras vezes consigo diagnosticar... falo aqui de uma palavra muito usada, mas poucas vezes vivenciada de fato: a Empatia - que me permito aqui colocar na mesma categoria da Compaixão.
Afinal, empatia não é mesmo a capacidade que um homem possui de se colocar no lugar de outro homem? E a compaixão? Não seria a mesma coisa? Não seria a compaixão o 'sentir como o outro sente' e, a partir disso esquecer, ainda que momentaneamente, de si mesmo? Dos seus próprios problemas? De seu próprio mundo? Daquilo ao qual a psicanálise denomina de 'ego'?
E neste movimento contraditório ao impulso original de crescimento na natureza - aquele que atua como uma vontade, uma pulsão, originada antes da consciência e que determina a evolução de qualquer espécie viva (numa busca incessante do ego por existir, crescer, se desenvolver, morrer)- percebo que pode existir aí alguma possibilidade de crescermos efetivamente como coletividade !!!
Longe de mim preconizar aqui uma guerra contra o 'ego', este tão estruturante personagem da civilização humana. O que gostaria apenas é de levantar algumas reflexões a cerca de olharmos para a vida, não apenas sob o ponto de vista individual.
Gostaria de abrir, não fechar, uma perspectiva sob a qual o homem pare de se preocupar apenas com seu próprio umbigo, seu próprio querer, sua própria vontade, seu próprio impulso e passe, ainda que por breves instantes, a ocupar-se conscientemente do querer do outro, do necessitar do outro, da vontade do outro.
Penso, e apenas penso, que como exercício, esta nova percepção sobre o outro poderia produzir algo realmente novo, algo em que poderíamos sair de nosso mundo e penetrar muitos outros mundos, ampliando , desta forma, nosso próprio ser e, quem sabe, ampliando nosso mundo individual, nos transformamos como 'espécie' em seres ainda mais fortes ...
Segundo Schopenhauer, o que move o homem, e por que não dizer o mundo, é algo definido como vontade.Algo que vem antes mesmo da razão. Analogicamente falando, talvez pudesse aqui também lembrar que para Freud, o que ele acreditava mover o homem era algo que denominou 'pulsão sexual' ou apenas 'impulsos'(de vida ou de morte). Algo bastante complexo de aqui explicitar, mas que todos podemos conhecer através de uma ferramenta mágica, chamada GOOGLE!
O que quero aqui divagar é que, ao que sabemos, este 'impulso' por crescer, se desenvolver, morrer é parte de tudo no universo, até mesmo nas plantas, nos animais ou nas células. Basta estar vivo! E a essa vontade, impulso, desejo, é o que aqui reconheço, chamamos Vida.
O que me faz realmente prestar atenção é que façamos nós qualquer força individual - ou não - ainda assim estaremos crescendo, nos desenvolvendo, morrendo. Cada célula neste universo tem somente esta preocupação. E, para que continue a vida, a partir deste ponto de vista - há naturalmente uma guerra interna e, por vezes, velada, ao qual chamamos de competição, mas que gostaria de chamar aqui apenas de 'auto-preservação'... me questiono algumas vezes do quanto esta força que definitivamente tenho visto mover o mundo tem, efetivamente, o poder de fazer bem.
Talvez estivesse me contradizendo se não admitisse esta força como uma espécie de possibilidade de preservação da vida no planeta, mas será que é a única??? Me questiono o tempo inteiro se não é, exatamente na mão contrária - quando o homem consegue se 'desaliançar' deste contexto de impulso, desejo, vontade; que ele chega mais perto de proteger sua espécie?
Falo aqui de uma outra força que também observo existir na espécie humana, mas que poucas, raras vezes consigo diagnosticar... falo aqui de uma palavra muito usada, mas poucas vezes vivenciada de fato: a Empatia - que me permito aqui colocar na mesma categoria da Compaixão.
Afinal, empatia não é mesmo a capacidade que um homem possui de se colocar no lugar de outro homem? E a compaixão? Não seria a mesma coisa? Não seria a compaixão o 'sentir como o outro sente' e, a partir disso esquecer, ainda que momentaneamente, de si mesmo? Dos seus próprios problemas? De seu próprio mundo? Daquilo ao qual a psicanálise denomina de 'ego'?
E neste movimento contraditório ao impulso original de crescimento na natureza - aquele que atua como uma vontade, uma pulsão, originada antes da consciência e que determina a evolução de qualquer espécie viva (numa busca incessante do ego por existir, crescer, se desenvolver, morrer)- percebo que pode existir aí alguma possibilidade de crescermos efetivamente como coletividade !!!
Longe de mim preconizar aqui uma guerra contra o 'ego', este tão estruturante personagem da civilização humana. O que gostaria apenas é de levantar algumas reflexões a cerca de olharmos para a vida, não apenas sob o ponto de vista individual.
Gostaria de abrir, não fechar, uma perspectiva sob a qual o homem pare de se preocupar apenas com seu próprio umbigo, seu próprio querer, sua própria vontade, seu próprio impulso e passe, ainda que por breves instantes, a ocupar-se conscientemente do querer do outro, do necessitar do outro, da vontade do outro.
Penso, e apenas penso, que como exercício, esta nova percepção sobre o outro poderia produzir algo realmente novo, algo em que poderíamos sair de nosso mundo e penetrar muitos outros mundos, ampliando , desta forma, nosso próprio ser e, quem sabe, ampliando nosso mundo individual, nos transformamos como 'espécie' em seres ainda mais fortes ...
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
A espera ...
entre minhas múltiplas atividades profissionais, me deparei com uma específica, que na maioria das ocasiões me cansa e frustra profundamente... esperar!
me dei conta disso hoje, enquanto, sentada no aeroporto de porto alegre, via os segundos, os minutos e, por que não exagerar?!, as horas se passarem enquanto eu ali, sem ter muito a fazer, exceto esperar o avião (atrasado) chegar, trazendo um de meus consultores para realizar um curso nesta mesma tarde.
enquanto mirava o relógio e tentava me distrair com o fluxo pequeno de gente indo e vindo, entrando e saindo, esperando pacientemente ou não por seus próprios 'consultores' , amores, gente que lhes interessava, bem mais do que a mim; fui me dando conta do quanto minha mente inquieta tem também um sutil efeito sobre meu corpo.
ainda em estado de observação me pus a perceber meus sentidos (será isso já reflexo da yoga?) após aqueles primeiros quinze minutos de espera... Sim! É aí que quero chegar... no quanto a maioria das situações apenas passam a nos importar, seja para o bem ou para o mal, somente a partir de tomarmos consciência dela.
e, naturalmente, esta experiência me fez perceber que meu 'time' para ficar consciente das coisas levam exatos quinze minutos... é este geralmente o tempo que preciso para me sentir completamente a vontade ou totalmente desconfortável em qualquer situação.
no entanto, o bacana deste exercício de ser 'blogueira'(um outro aspecto meu que não tenho mais buscado interromper)é a possibilidade de transformar tudo - tudo mesmo - em percepção atilada e, por consequência, em textos sobre elas.
o que realmente tenho percebido é que onde antes haveria , com certeza, 'indignação'(porque continuo detestando esperar), 'irritação'(porque as companhias aéreas tem mesmo este poder)e, consequentemente sudorese seguida de palpitação cardíaca (baseada na natural pré-ocupaçãocom o que poderia estar começando a dar errado), o que surge agora é outra coisa.
e esta nova coisa poderia se traduzir em 'estar no presente', aproveitar cada segundo, cada minuto e cada nova hora para apenas estar ali, observar, relatar, me distrair!!!
pode ser que esteja eu mesma ficando mais irresponsável, mais maluca, mais solta, até (por que não?) mais inconsequente. mas, ao longo deste tempo, tenho aprendido a 'curtir' mais as sensações que determinadas situações como A ESPERA tem produzido em meu corpo e mente. e, a partir deste novo bem-estar inexplicável que uma ou duas horas de espera tem me proporcionado - ao contrário do caos anteriormente vivenciado, o único que posso deduzir é que, Sim, não há como controlar o que ocorre fora de nós... mas é comigo, e apenas comigo, o que posso produzir de sentimentos a cerca do que me ocorre, aleatoriamente ou não !
me dei conta disso hoje, enquanto, sentada no aeroporto de porto alegre, via os segundos, os minutos e, por que não exagerar?!, as horas se passarem enquanto eu ali, sem ter muito a fazer, exceto esperar o avião (atrasado) chegar, trazendo um de meus consultores para realizar um curso nesta mesma tarde.
enquanto mirava o relógio e tentava me distrair com o fluxo pequeno de gente indo e vindo, entrando e saindo, esperando pacientemente ou não por seus próprios 'consultores' , amores, gente que lhes interessava, bem mais do que a mim; fui me dando conta do quanto minha mente inquieta tem também um sutil efeito sobre meu corpo.
ainda em estado de observação me pus a perceber meus sentidos (será isso já reflexo da yoga?) após aqueles primeiros quinze minutos de espera... Sim! É aí que quero chegar... no quanto a maioria das situações apenas passam a nos importar, seja para o bem ou para o mal, somente a partir de tomarmos consciência dela.
e, naturalmente, esta experiência me fez perceber que meu 'time' para ficar consciente das coisas levam exatos quinze minutos... é este geralmente o tempo que preciso para me sentir completamente a vontade ou totalmente desconfortável em qualquer situação.
no entanto, o bacana deste exercício de ser 'blogueira'(um outro aspecto meu que não tenho mais buscado interromper)é a possibilidade de transformar tudo - tudo mesmo - em percepção atilada e, por consequência, em textos sobre elas.
o que realmente tenho percebido é que onde antes haveria , com certeza, 'indignação'(porque continuo detestando esperar), 'irritação'(porque as companhias aéreas tem mesmo este poder)e, consequentemente sudorese seguida de palpitação cardíaca (baseada na natural pré-ocupaçãocom o que poderia estar começando a dar errado), o que surge agora é outra coisa.
e esta nova coisa poderia se traduzir em 'estar no presente', aproveitar cada segundo, cada minuto e cada nova hora para apenas estar ali, observar, relatar, me distrair!!!
pode ser que esteja eu mesma ficando mais irresponsável, mais maluca, mais solta, até (por que não?) mais inconsequente. mas, ao longo deste tempo, tenho aprendido a 'curtir' mais as sensações que determinadas situações como A ESPERA tem produzido em meu corpo e mente. e, a partir deste novo bem-estar inexplicável que uma ou duas horas de espera tem me proporcionado - ao contrário do caos anteriormente vivenciado, o único que posso deduzir é que, Sim, não há como controlar o que ocorre fora de nós... mas é comigo, e apenas comigo, o que posso produzir de sentimentos a cerca do que me ocorre, aleatoriamente ou não !
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
é primavera, e eu distraída, nem percebi!
puxa... acabei de me dar conta de que estamos na tão esperada primavera! esperada por nós, aqui do sul, me atrevo a generalizar, mais do que talvez pelo resto do Brasil... e eu, onde estava que nem percebi???
de fato há alguns dias - durante aqueles minutos entre o final da tarde e o início da noite - algo já se modificava ao redor e eu, distraída, ia apenas sutilmente percebendo...
apenas hoje, na saída de meu rotineiro trabalho, a caminhar por entre os canteiros (por meses e meses apenas verdes e molhados) me dei conta de que algo mudara... estavam verdes, sim, mas com muito mais brilho. há canteiros também, floridos e coloridos (não sem a ajuda de mãos humanas) mas muito diferentes do monocromático tapete esverdeado cujas retinas já haviam se acostumado.
a verdadeira percepção consciente veio com um breve levantar de olhos, quando de repente notei a pequena e tímida árvore no estacionamento, que há pouco estava nua diante de meus olhos; e agora, totalmente coberta - mais do que isso - totalmente cor-de-rosa!
com esta percepção distraída cheguei a suspirar!!!
e algo aqui dentro sussurrou, enfim, terminou o inverno!?!?!
será que meu inverno particular, que tem atravessado anos e anos, também está anunciando uma primavera aqui dentro???
quero crer que da mesma forma que a beleza das cores e tonalidades inundam o céu de outubro, trazendo mais viço às plantas e flores, mais vida aos jardins, também esteja aflorando em mim, com a certeza de que todo o inverno , por mais frio, cinza e nebuloso que seja, um dia há de acabar!!! (não pra sempre, afinal, o inverno tem seu charme)
domingo, 2 de outubro de 2011
Um conto chinês
Quero compartilhar a sensação de sair de uma sala de cinema totalmente diferente do que se entrou... Assim me passou com esta película, que tive o privilégio de assistir ao lado das amigas Ana e Márcia... assistir talvez não seja o termo correto... experienciar me parece bem mais adequado! Sim! A experiência de se deparar com uma história 'parcialmente absurda', pra não dizer surreal, com a boa capacidade de fazer rir e se emocionar, fizeram desta última produção hispano-argentina, um filme muito peculiar!
Da história de "Um Conto Chinês” não quero contar, uma vez que o que desejo aqui é despertar a vontade de que outros o possam olhar!
Posso porém dizer de mim... do quanto me tocou profundamente perceber o quanto a vida pode realmente se tornar um 'mero acaso', quando consumidos pela rotina não nos apercebemos de que um dia é simplesmente seguido pelo outro, sem que, de fato, estejamos vivendo... e do quanto esta mesma vida, que em muitos momentos parece não mais fazer nenhum sentido pode, pelo simples poder do próprio acaso, nos colocar frente a frente com o inusitado, para, a partir disso, nos colocar em marcha novamente.
Que Deus abençoe o acaso ! E o cinema pode ser um veículo deste...
Da história de "Um Conto Chinês” não quero contar, uma vez que o que desejo aqui é despertar a vontade de que outros o possam olhar!
Posso porém dizer de mim... do quanto me tocou profundamente perceber o quanto a vida pode realmente se tornar um 'mero acaso', quando consumidos pela rotina não nos apercebemos de que um dia é simplesmente seguido pelo outro, sem que, de fato, estejamos vivendo... e do quanto esta mesma vida, que em muitos momentos parece não mais fazer nenhum sentido pode, pelo simples poder do próprio acaso, nos colocar frente a frente com o inusitado, para, a partir disso, nos colocar em marcha novamente.
Que Deus abençoe o acaso ! E o cinema pode ser um veículo deste...
sábado, 1 de outubro de 2011
Algumas reflexões...
Por que será que a vida vive esfregando suas fraquezas nas fuças da gente???
De novo sábado... E de novo eu na frente de um papel em branco... Ta legal, o papel é virtual, mas a vida é cheia de metáforas e falar de papel em branco é mais poético do que tela em branco!
Como bem sei que se a gente não dá bola às idéias e aos devaneios, eles dormem e, às vezes, nunca mais acordam - ficando na cabeça e no coração aquele vazio danado de quem perdeu alguma coisa importante - resolvi escrever.
Nem sei que horas são, mas senti uma enorme necessidade de contar o que senti, neste curto espaço de tempo entre o térreo e o sexto andar... No minuto em que a vi entrando no carro do pai, sorrindo para mim de forma cúmplice, sorri de volta como a dizer: "escolha divertir-se, ao invés de importunar-se com a presença de sua madrasta". Pela primeira vez, senti que ela me entendeu!!!
Também pela primeira vez, eu acho, não tive medo ou mágoa... Não sei se a dor não deixa espaço para outros sentimentos; não sei se uma companhia superior toma conta da gente neste momento, só sei que não há nada... há vazio!
Sinto-me agora como uma velejadora (estabeleço esta comparação com base em uma amiga que pratica o esporte e um dia me falou sobre isso). Há um momento em que o vento sopra forte e nos leva certo e seguro para uma única direção... mas, de repente, ele muda. Porém, antes desta virada, existe um curto espaço de tempo em que não há vento algum. Ficamos simplesmente parados, à deriva, rezando para que este momento passe e que logo,logo o vento volte a soprar, dando-nos rumo e direcionamento... Assim estou agora! Na paradeira do vento, esperando a nova direção.
Construí minha vida com base em apenas uma obscessão: ir fundo nas coisas e pessoas e tentar observar os detalhes... Sempre gostei disso. Ver um pouquinho além, observar trejeitos, tentar ler nas entrelinhas, tudo isso faz com que eu venha escrevendo minha história com um pouco mais de sabor - e até com um pouco mais de dor, quem sabe?!- Se os outros não perceberam ou não leram, azar.
Acho que ainda tenho um pouco daquela jornalista que se formou dentro de mim, afinal de contas, somos historiadores que observam e contam a história enquanto ela acontece... A diferença, comigo, é que nunca contei as histórias de outras pessoas, o que não me impediu de observá-las enquanto aconteciam...
Ainda que eu não saiba exatamente o que acontecerá, percebi (neste curto espaço de tempo, entre o térreo e o sexto andar) que estarei preparada para observar. Me agrada muito a idéia de, sendo mais atenta, poder ser também mais distraída.
Por isso, caso passe por vocês na rua com algum olhar distante na cara, peço que me interrompam e me chamem... Como quero ver tudo, pode ser que eu esteja olhando para mim mesma!!!
De novo sábado... E de novo eu na frente de um papel em branco... Ta legal, o papel é virtual, mas a vida é cheia de metáforas e falar de papel em branco é mais poético do que tela em branco!
Como bem sei que se a gente não dá bola às idéias e aos devaneios, eles dormem e, às vezes, nunca mais acordam - ficando na cabeça e no coração aquele vazio danado de quem perdeu alguma coisa importante - resolvi escrever.
Nem sei que horas são, mas senti uma enorme necessidade de contar o que senti, neste curto espaço de tempo entre o térreo e o sexto andar... No minuto em que a vi entrando no carro do pai, sorrindo para mim de forma cúmplice, sorri de volta como a dizer: "escolha divertir-se, ao invés de importunar-se com a presença de sua madrasta". Pela primeira vez, senti que ela me entendeu!!!
Também pela primeira vez, eu acho, não tive medo ou mágoa... Não sei se a dor não deixa espaço para outros sentimentos; não sei se uma companhia superior toma conta da gente neste momento, só sei que não há nada... há vazio!
Sinto-me agora como uma velejadora (estabeleço esta comparação com base em uma amiga que pratica o esporte e um dia me falou sobre isso). Há um momento em que o vento sopra forte e nos leva certo e seguro para uma única direção... mas, de repente, ele muda. Porém, antes desta virada, existe um curto espaço de tempo em que não há vento algum. Ficamos simplesmente parados, à deriva, rezando para que este momento passe e que logo,logo o vento volte a soprar, dando-nos rumo e direcionamento... Assim estou agora! Na paradeira do vento, esperando a nova direção.
Construí minha vida com base em apenas uma obscessão: ir fundo nas coisas e pessoas e tentar observar os detalhes... Sempre gostei disso. Ver um pouquinho além, observar trejeitos, tentar ler nas entrelinhas, tudo isso faz com que eu venha escrevendo minha história com um pouco mais de sabor - e até com um pouco mais de dor, quem sabe?!- Se os outros não perceberam ou não leram, azar.
Acho que ainda tenho um pouco daquela jornalista que se formou dentro de mim, afinal de contas, somos historiadores que observam e contam a história enquanto ela acontece... A diferença, comigo, é que nunca contei as histórias de outras pessoas, o que não me impediu de observá-las enquanto aconteciam...
Ainda que eu não saiba exatamente o que acontecerá, percebi (neste curto espaço de tempo, entre o térreo e o sexto andar) que estarei preparada para observar. Me agrada muito a idéia de, sendo mais atenta, poder ser também mais distraída.
Por isso, caso passe por vocês na rua com algum olhar distante na cara, peço que me interrompam e me chamem... Como quero ver tudo, pode ser que eu esteja olhando para mim mesma!!!
sábado, 24 de setembro de 2011
Sendo e Aceitando "A pessoa errada..."
Plagiando um pouco, apenas um pouco, o instigante Luis Fernando Veríssimo, tenho que comentar aqui o efeito de um texto dele que recebi, num desses infinitos 'power points', que insistem em nos chegar pelas caixas de mensagens... Intitulado 'A Pessoa Errada', esse texto, diferente da maioria, me fez sentir, olhar, distrair... não sem antes me dar conta, do quanto tenho sido 'euzinha' a pessoa errada!!!
Me dei conta disso, ao perceber que tenho sido ao longo dos anos a que não chega sempre na hora certa, que não fala sempre as coisas certas, que não faz as coisas que se esperam ser as certas... também acho que conheci eu mesma algumas pessoas erradas, não sem algum arrependimento, que me fizeram 'perder a cabeça' e muito mais além da hora, do amor, da paz e de alguma integridade...
E sim, 'essas pessoas erradas' já me fizeram chorar (e muito) e nem sempre ficaram por perto para secar minhas lágrimas... sim, essas 'pessoas erradas' também me tiraram noites (até meses) de sono, me trouxeram sim alguma mágoa, não estiveram 100% do seu tempo ao meu lado e, pasmem!, acreditei que estaria 100% da minha vida esperando por elas !!
Mas com essas 'pessoas erradas', aprendi - isso sim - que a vida, ela mesma, não é certa , que nada por aqui é mesmo certo e que o certo mesmo, como diz Veríssimo, é que temos que viver cada momento, cada segundo amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo para só assim chegar àquele momento do dia em que dizemos: "Graças à Deus deu tudo certo" UM VIVA ÀS PESSOAS ERRADAS QUE INSISTEM EM NOS RODEAR !!!
Me dei conta disso, ao perceber que tenho sido ao longo dos anos a que não chega sempre na hora certa, que não fala sempre as coisas certas, que não faz as coisas que se esperam ser as certas... também acho que conheci eu mesma algumas pessoas erradas, não sem algum arrependimento, que me fizeram 'perder a cabeça' e muito mais além da hora, do amor, da paz e de alguma integridade...
E sim, 'essas pessoas erradas' já me fizeram chorar (e muito) e nem sempre ficaram por perto para secar minhas lágrimas... sim, essas 'pessoas erradas' também me tiraram noites (até meses) de sono, me trouxeram sim alguma mágoa, não estiveram 100% do seu tempo ao meu lado e, pasmem!, acreditei que estaria 100% da minha vida esperando por elas !!
Mas com essas 'pessoas erradas', aprendi - isso sim - que a vida, ela mesma, não é certa , que nada por aqui é mesmo certo e que o certo mesmo, como diz Veríssimo, é que temos que viver cada momento, cada segundo amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo para só assim chegar àquele momento do dia em que dizemos: "Graças à Deus deu tudo certo" UM VIVA ÀS PESSOAS ERRADAS QUE INSISTEM EM NOS RODEAR !!!
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Uma odisséia para os sentidos....
Cheguei de pronto e dei com a invasão de aromas que pareciam passear por minhas narinas, trazendo, através da porta da cozinha, um incrível perfume de ervas misturado excentricamente ao carneiro, que já há seis horas se rendia à mistura quase erótica, de forma lenta e suave. ..Deleite puro! Não pude deixar de lembrar da música ‘a fuego lento’(da cantante Rosana)!!!
‘A fuego lento mi cintura,
a fuego lento y con lisura,vamos tramando este alboroto
con la danza de los mares y
el sabor del poco a poco...’
Ainda envolvida pelo aroma que trazia música aos meus ouvidos, como se não bastasse, o olfato parecia não ser o único sentido a ser provocado nesta experiência...
Logo vi surgir, bem diante dos meus olhos, aquele que acabaria por se transformar na surpresa da noite!
Numa cor púrpura sem igual, o ‘negro’ arroz foi-se tornando a estrela da noite; fervendo, se remexendo, borbulhando diante das mãos hábeis do chef, não tardando a também começar a expelir seus aromas, tão excêntricos e irresistíveis, que de forma quase harmônica, vieram a se reunir com o solitário pernil de carneiro que já dava ares de prontidão!
Foi aí que, já com água na boca, vimos e ouvimos o estalar das bananas flambando exibindo-se sobre a frigideira...
Naquele mundo inusitados de cores, cheiros, sabores e sons, o último sorriso ficou por conta da imensa alegria da rendição, quando caímos, literalmente aos pés daquele sofisticado prato que eu, confesso minha ignorância, experimentaria pela primeira vez... ‘carneiro com arroz negro, acompanhado pela banana flambada!’
Simplesmente, adorei!!!!
‘A fuego lento mi cintura,
a fuego lento y con lisura,vamos tramando este alboroto
con la danza de los mares y
el sabor del poco a poco...’
Ainda envolvida pelo aroma que trazia música aos meus ouvidos, como se não bastasse, o olfato parecia não ser o único sentido a ser provocado nesta experiência...
Logo vi surgir, bem diante dos meus olhos, aquele que acabaria por se transformar na surpresa da noite!
Numa cor púrpura sem igual, o ‘negro’ arroz foi-se tornando a estrela da noite; fervendo, se remexendo, borbulhando diante das mãos hábeis do chef, não tardando a também começar a expelir seus aromas, tão excêntricos e irresistíveis, que de forma quase harmônica, vieram a se reunir com o solitário pernil de carneiro que já dava ares de prontidão!
Foi aí que, já com água na boca, vimos e ouvimos o estalar das bananas flambando exibindo-se sobre a frigideira...
Naquele mundo inusitados de cores, cheiros, sabores e sons, o último sorriso ficou por conta da imensa alegria da rendição, quando caímos, literalmente aos pés daquele sofisticado prato que eu, confesso minha ignorância, experimentaria pela primeira vez... ‘carneiro com arroz negro, acompanhado pela banana flambada!’
Simplesmente, adorei!!!!
domingo, 18 de setembro de 2011
Do you believe in angels??? Olhe na página "Há anjos em Porto Alegre..."
Geralmente ando muito rápido... é meu jeito, não sei andar devagar! Nem nas estradas, nem nas ruas movimentadas da nossa cidade, nem mesmo nos corredores sombrios e frios (na melhor metáfora que puderem imaginar) do local onde trabalho... Em geral, andando rápido, não me distraio!
Outro dia, desses raros 'azuis'- que insistem anunciar um final provável para este inverno - me peguei andando devagar. E gostei! Estava mais para quente do que para frio, tinha uma brisa suave no ar, as nuvens cediam lentamente espaço para um céu cor de anil e foi então que eu os vi... ou ouvi, já nem sei... o fato é que ao olhar para cima, quebrando a marcha sempre tão apressada de quem corre por não saber direito aonde vai, eu pude me distrair a contemplar os muitos anjos que habitam Porto Alegre. E me prometi: vou mostrar isso aos meus amigos. Dizer-lhes que levantem um pouco suas caras do chão, elevem um pouco seus pensamentos dos problemas diários, olhem para o céu... e sim, poderão ver os anjos, como eu vi!
Outro dia, desses raros 'azuis'- que insistem anunciar um final provável para este inverno - me peguei andando devagar. E gostei! Estava mais para quente do que para frio, tinha uma brisa suave no ar, as nuvens cediam lentamente espaço para um céu cor de anil e foi então que eu os vi... ou ouvi, já nem sei... o fato é que ao olhar para cima, quebrando a marcha sempre tão apressada de quem corre por não saber direito aonde vai, eu pude me distrair a contemplar os muitos anjos que habitam Porto Alegre. E me prometi: vou mostrar isso aos meus amigos. Dizer-lhes que levantem um pouco suas caras do chão, elevem um pouco seus pensamentos dos problemas diários, olhem para o céu... e sim, poderão ver os anjos, como eu vi!
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Ney Matogrosso conversando com o professor...
Que ele já foi bandido, homem de Neanderthal, sujeito estranho, pescador de pérolas, homem com h, vagabundo... isto todo mundo já sabia, que ele estava em Porto Alegre para o 18 em Cena como diretor do monólogo Dentro da Noite o pessoal ligado na cultura e no que se passa na cidade também já sabia.. o que faltava era conferir bem de pertinho sua conversa com o professor Rui Carlos Ostermann, desta vez fora do tradicional Studio Clio. E eu estava lá com os amigos Ana, Álvaro e Graça para ouvir mais uma vez a sua trajetória de vida, de artista, de cidadão consciente de seus direitos universais de individualidade...
Sempre muito generoso, Ney de Souza Pereira, o consagrado Ney Matogrosso, veio e nos contou de onde tira tanta energia para atuar, iluminar diversos espetáculos e dirigir peças e shows... além de ser reconhecido por seu estilo irreverente nos palcos o que o consagrou como um dos grandes nomes da cultura brasileira.
Num bate papo muito mais solto do que se podia esperar, praticamente conduzido pelo próprio convidado, nos contou sobre sua época de artesão em casa de Lully, que o descobriu como cantor, a saída da casa dos pais até seu início na carreira musical nos anos 70, com a formação do conjunto Secos e Molhados, que logo virou fenômeno da música popular brasileira... uma 'explosão' em suas próprias palavras.
Bastante à vontade, praticamente falando para a platéia, pareceu deixar nosso querido professor emudecido, trazendo sua visão do respeito às individualidades, da busca incessante pelo seu espaço e da coerência entre sua profissão e vida pessoal.
Para completar a noite, o ator e cantor Antônio Carlos Falcão - interpretando sua Bethânia de Bagé, acompanhado pelo músico Alexandre Missel, deu sua canja musical, encantando a todos, inclusive ao nosso ilustre convidado!
Sempre muito generoso, Ney de Souza Pereira, o consagrado Ney Matogrosso, veio e nos contou de onde tira tanta energia para atuar, iluminar diversos espetáculos e dirigir peças e shows... além de ser reconhecido por seu estilo irreverente nos palcos o que o consagrou como um dos grandes nomes da cultura brasileira.
Num bate papo muito mais solto do que se podia esperar, praticamente conduzido pelo próprio convidado, nos contou sobre sua época de artesão em casa de Lully, que o descobriu como cantor, a saída da casa dos pais até seu início na carreira musical nos anos 70, com a formação do conjunto Secos e Molhados, que logo virou fenômeno da música popular brasileira... uma 'explosão' em suas próprias palavras.
Bastante à vontade, praticamente falando para a platéia, pareceu deixar nosso querido professor emudecido, trazendo sua visão do respeito às individualidades, da busca incessante pelo seu espaço e da coerência entre sua profissão e vida pessoal.
Para completar a noite, o ator e cantor Antônio Carlos Falcão - interpretando sua Bethânia de Bagé, acompanhado pelo músico Alexandre Missel, deu sua canja musical, encantando a todos, inclusive ao nosso ilustre convidado!
O que um dente me ensinou hoje...
... tô aqui pensando para distrair a dor, neste caso específico, uma boa 'dor de dente'... ops! como posso estar sentindo dor num dente que não está mais aqui??? sim, porque ele existiu aqui, há décadas, mas hoje (não sem algum esforço de minha parte e, principalmente, por parte do meu dentista) ele se foi!!!
Arranquei meu primeiro 'siso' e, enquanto lateja em minha face algo que nem sei qualificar direito e espero o efeito do remédio acalmar, resolvi escrever... inevitável lembrar que, durante aquela 'horinha suada', onde o dentista batalhava contra um dente que teimava em permanecer onde estava, eu, para pensar em outras coisas, comecei a refletir sobre a impermanência da vida. Confesso que, meio no desespero de ver aquilo tudo terminado, pedi:"ai, universo, leva logo este dente da minha vida; afinal, não preciso mais dele. ele já gastou, já estragou, já cumpriu o seu papel nesta boca" !
Também agora não posso deixar de comparar a outras perdas que tive recentemente... e do quanto demorei para aceitar que se fossem, julgando que se ainda as tivesse, estaria garantida minha integridade. Tolice! Nada permanece além do necessário; quanto mais demoramos para decidir tirá-las de nós, ou aceitar que elas tem que sair, mais sofrimento!!!
Arranquei meu primeiro 'siso' e, enquanto lateja em minha face algo que nem sei qualificar direito e espero o efeito do remédio acalmar, resolvi escrever... inevitável lembrar que, durante aquela 'horinha suada', onde o dentista batalhava contra um dente que teimava em permanecer onde estava, eu, para pensar em outras coisas, comecei a refletir sobre a impermanência da vida. Confesso que, meio no desespero de ver aquilo tudo terminado, pedi:"ai, universo, leva logo este dente da minha vida; afinal, não preciso mais dele. ele já gastou, já estragou, já cumpriu o seu papel nesta boca" !
Também agora não posso deixar de comparar a outras perdas que tive recentemente... e do quanto demorei para aceitar que se fossem, julgando que se ainda as tivesse, estaria garantida minha integridade. Tolice! Nada permanece além do necessário; quanto mais demoramos para decidir tirá-las de nós, ou aceitar que elas tem que sair, mais sofrimento!!!
A verdade te libertará... SERÁ????
Dia 20 de setembro de 2009, escrevi: "Domingo! Acabei de ler um trecho de um livro que me tocou muito, que tem tudo a ver com a 'mentira'. No livro - que se chama A Voz do Conhecimento - o verdadeiro embate do mundo não é entre o Bem e o Mal. O verdadeiro conflito está entre o que é a 'verdade' e o que 'não é a verdade'. Apesar de não ser isso nenhuma novidade, pois até Jesus já dissera há mais de dois mil anos: "...conhecerás a verdade e ela te libertará"... , ainda assim, este olhar me tocou... O autor diz: "Afinal, libertará de quê? De todas essas mentiras... principalmente do mentiroso que vive em sua mente e conversa com você o tempo todo..." Pois esse mentiroso é o que chamamos 'pensamento'!!! Ao ler este trecho não pude deixar de pensar em todas as mentiras em que venho acreditando e pelas quais me enganei tanto... Olhando com mais cuidado percebi que boa parte da verdade que tinha como certezas na vida, ruíram com o simples fato de deixar de acreditar nelas. O livro ainda diz que a mentira só existe na exata proporção em que acreditamos nela, basta pararmos de acreditar no que quer que seja e logo isso se transformará em verdade... Outro capítulo ainda diz que 'as emoções são reais' ... o que me leva a pensar que o verdadeiro conhecimento vem do coração, da alma, da integridade. "Você saberá o que é liberdade, quando não precisar ser você" (diz o autor). Considerei um paradoxo, mas acho que entendi o que significa: Quanto mais autêntico, mais fiel à integridade, aos sentimentos que me habitam, mais livre de representações precisarei ser. Ou seja, me libertarei daquilo que esperam de mim para me tornar aquilo que realmente sou!!!
"Olha no FACE" ... conversa insólita entre amigas!
Ontem reencontrei depois de alguns dias , minha amiga-irmã, Ana, que distraída com seus próprios problemas acabou não indo comigo à festa de aniversário da Silvana - que aliás, estava ótima! Curiosa para saber como eu tinha me saído - afinal me atrevi, pela primeira vez a registrar os melhores momentos daquela noite - me tascou a seguinte pergunta: "E aí, Jac, como estava a festa da Sil?" Em resposta, com a minha tradicional naturalidade, lhe respondi de pronto: "Olha no face!!!" (segundos de silêncio absoluto pairaram entre nós duas) Talvez um minuto (ou menos)depois, ela me respondeu "Sua desaforada, será que dá para tu abrir esta tua boca e me contar como é que estava a festa???" kkkkkkkkkkkk
Esta conversa rendeu muitas risadas. E talvez não faça mesmo nenhum sentido. Porém, quem me conhece, saberá que nunca, em momento algum, alguém que gosta tanto de falar como eu, poderia ter dado uma resposta tão absurdamente 'prática' no intuito de descrever uma festa. Então fiquei pensando: "Deve ser a influência do meu blog" - achei mais prático mandar que minha melhor amiga olhasse as fotos, pois me parece óbvio agora, que tudo que ela precisaria saber sobre a noite, estaria exposto em minhas fotografias!!! Quanta subjetividade, meu Deus!!! Óbvio que toda a sensibilidade visual do mundo não consegue substituir uma boa fofoca... ehehehe
Esta conversa rendeu muitas risadas. E talvez não faça mesmo nenhum sentido. Porém, quem me conhece, saberá que nunca, em momento algum, alguém que gosta tanto de falar como eu, poderia ter dado uma resposta tão absurdamente 'prática' no intuito de descrever uma festa. Então fiquei pensando: "Deve ser a influência do meu blog" - achei mais prático mandar que minha melhor amiga olhasse as fotos, pois me parece óbvio agora, que tudo que ela precisaria saber sobre a noite, estaria exposto em minhas fotografias!!! Quanta subjetividade, meu Deus!!! Óbvio que toda a sensibilidade visual do mundo não consegue substituir uma boa fofoca... ehehehe
às vezes é preciso se distrair para ver o essencial...
incrível como tudo tem a ver com percepção, não e mesmo?
ontem num cinema cheirando a mofo e assistindo a um filme recomendado pelo meu ex-marido (pode?!) me peguei por vários momentos, talvez até durante o filme todo, lembrando ou revivendo meu passado recente(que ainda insiste em me lembrar que existiu)... e quanto mais eu me conectava com aquele personagem - o do nosso amigo que nunca, de fato, transformou em palavras todo o mundo de sentimentos que lhe invadiam a alma - mais eu pensava nos muitos sentimentos confusos que me invadiram desde que me distraí do que realmente parecia essencial ...
ontem num cinema cheirando a mofo e assistindo a um filme recomendado pelo meu ex-marido (pode?!) me peguei por vários momentos, talvez até durante o filme todo, lembrando ou revivendo meu passado recente(que ainda insiste em me lembrar que existiu)... e quanto mais eu me conectava com aquele personagem - o do nosso amigo que nunca, de fato, transformou em palavras todo o mundo de sentimentos que lhe invadiam a alma - mais eu pensava nos muitos sentimentos confusos que me invadiram desde que me distraí do que realmente parecia essencial ...
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
A mira e o alvo... (trechos do texto de Otávio Rodrigues, em Histórias de um Fotógrafo Viajante)
"O verdadeiro observador da natureza, como os fotógrafos, escolhem o caminho pelo coração e nele viajam incansáveis atrás de tudo o que é vivo. Íntegro, sem propósito a alcançar , sem submissão a regras e fórmulas, sem necessidade de parecer brilhante e original... autêntico e livre, para captar o espírito criador em movimento e criar coisas belas"...
Esse trecho define o que também acredito: que a busca incessante pela originalidade não pode deixar de lado a inspiração... a experimentação ... a certeza de que a arte está em não ser coisa alguma e sim, em dissolver-se a si próprio em tudo o que existe!
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