Sempre me entusiasma ouvir pensadores e realizadores como o educador português José Pacheco, que também esteve no Congresso de Inovação, contando como é sua 'Escola da Ponte', em Portugal. Um lugar em que não há turmas e onde um sistema baseado em 'seriação ou ciclos' não tem nenhum sentido.
Jose Pacheco traz a ideia - que já nem é tão inovadora - de que um sujeito que quer inovar deve ter mais interrogações do que certezas... por isso, desafiou o público de um congresso que pretendia discutir temas da Inovação com sua didática ao 'revés', questionando todo um sistema educacional - e os sistemas em geral - a pensarem fora de seus muros!
Fiquei imaginando esse lugar. Um local que já funciona efetivamente há 30 anos, onde professores não são responsáveis por uma disciplina ou por uma turma específica e que, apesar de fazer parte da rede pública portuguesa, em nada se parece com as demais instituições de educação daquele ou deste país.
Enquanto o ouvia, entusiasmado, contar sobre um esquema educacional em que as crianças e os adolescentes (muitos deles violentos, transferidos de outras instituições) definiam quais suas áreas de interesse, para a partir deles, desenvolverem projetos de pesquisa, tanto em grupo como individuais; confesso que enchi meu coração de esperança sobre as questões de educação e aprendizagem.
Não que a própria Escola da Ponte surja, em si, como um tema novo!
Não que eu tenha passado a acreditar que um sistema tão centrado no interesse das pessoas, possa, de alguma maneira, mostrar-se viável em nossa sociedade sistemista e burocratizada...
Mas sim, posso dizer que ouço com algum 'respiro' quando alguém atravessa o oceano, convidado por um Sistema de Defesa da Indústria brasileira, para, no mínimo, expor suas práticas e desafiar-nos a pensar um pouquinho além de nosso quadrado!!!
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