quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ano 1994. Eu, ainda meio menina, meio adolescente, meio mulher, tentando me encontrar profissionalmente, afetivamente, buscando algum lugar no mundo onde pudesse me sentir em ‘casa’ ... nesta parte do caminho encontrei um grupo muito especial de amigos! Todos jovens, todos meio adolescentes, todos em busca de si mesmos. Alguns com histórias muito próximas. Alguns começando novas histórias. Alguns saindo de histórias também ...
Neste grupo encontrei pessoas que permanecem até hoje em minha vida. E sou muito grata por isso! Algumas dessas pessoas estiveram, ao longo destes anos todos, sempre muito próximas a mim. Em momentos especiais. Momentos de alguma tristeza, decepção, revolta, sustos e ansiedade; mas também, em momentos ótimos de pura diversão, farra, comemoração, brindes e felicidade!
Hoje, mais maduros (após 17 anos) incrivelmente a maioria deles permanece ainda muito jovem... jovem nos sonhos, nas idéias, nas realizações, na capacidade de se inventar, re-inventar, sorrir, chorar.
Uma destas especiais pessoas que me acompanham nesta trajetória se chama Isabel. E dela poderia comentar muitas coisas. Quantos pequenos segredos já não trocamos? Quantos ‘papos-cabeça’ já não tivemos? Quanta festa e ‘saraus’ no Ocidente? Nossa trajetória de amizade vem permeada de momentos leves e engraçados, de cursos de ‘empreendedorismo’, de sonhos coletivos, estudos apaixonados pela língua castelhana (muitas aulas com a professora Su, que acabou ela mesma entrando na magia desta amizade e somando-se a este grupo tão especial que me acompanha até hoje), de alguma ‘vizinhança’ (sim, fomos vizinhas eu e Isabel, no antigo prédio da ‘Zuréia?!’ durante um ano)... tempos em que se podia correr para o apartamento uma da outra a fugir de ‘morcegos’ e fantasmas, em busca de companhia e uma boa espumante!!!
Com ela eu estava no ‘Ossip’ quando, tentando superar uma ou outra dor de cotovelo, me apareceu, meio sem querer, o pai de minha filha. Seguindo a memória, dela também consigo lembrar coisas como o dia em que fiquei grávida (e apavorada) a procurei para saber como agir e ela, demonstrando uma sabedoria muito especial me respondeu apenas... “sabes que tuas crenças são diferentes das minhas, né, Jac?! Então decida de acordo com a tua natureza e tudo dará certo!” (nem sei se ela lembra disso, mas eu jamais esqueci).
Também consigo lembrar de outro dia, nove meses depois, quando chegou com seu enorme sorriso na maternidade e, sem nenhuma combinação, cantou lindamente para minha pequena filha que nascera há apenas algumas horas. Sim! ‘Luisa – de Tom Jobim’ – foi a canção tão carinhosa que Isabel entoou para receber minha filha neste mundo!
Também não esqueço de outro episódio - alguns anos mais tarde - quando a Bebel chegou em minha casa, num dos muitos ‘foundees’ que costumavam rolar no sótão da Vila Nova e me perguntou: “Estou muito a fim de sair com o Moschini, tu não te incomodas?!” (e eu, sincera e alegremente respondi que achava que eles haviam nascido um para o outro)...
As memórias vão se misturando e acumulando, até um telefonema por volta do último mês de setembro, apenas e especialmente para me dizer o quanto ela estava curtindo meus textos neste ‘blog’... Ah! Bem, tem o nosso ‘amigo-secreto a três!’ ... Sim, uma invenção das três mosqueteiras (Isabel, Jac e Susana) para simplesmente não deixarmos morrer ou cair no esquecimento uma relação de natureza tão forte, quanto hoje significa esta amizade....
Isabel, este texto é meu presente de ‘amigo-secreto’ para te dizer: Que feliz eu sou por teres participado de tantos momentos importantes de minha vida, alguns até bem difíceis, e ainda assim fazer com que eu sinta que lá, em 1994, encontrei, sim, um grupo que me ajudou e ainda ajuda a ‘me sentir em casa’...
Feliz Natal e Ano Novo, minha querida, amiga secreta!!!

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