quinta-feira, 13 de outubro de 2011

descobertas que vêm do 'estômago' !

A estas alturas da minha vida (posso dizer que já estou em ‘la mitad de mí carretera’) o certo é que quase nenhum sintoma ou percepção a cerca dos sinais que meu corpo possa apresentar, desperta realmente alguma surpresa.
Sob esta perspectiva posso dizer que reconheço quando meu estômago começa a me sinalizar que algo não vai bem... ele está literalmente ‘ardendo’ desde o início desta semana, com algumas variações para nauseamento e dor de forma permanente!
Meu gastro diria que estou novamente sendo atacada pelo Helicobacter Pilori... este tão familiar ‘bichinho’ que me acompanha desde a juventude e que tanto mal já tem causado ao velho órgão presente no tubo digestivo, situado logo abaixo de meu diafragma, mais precisamente entre o esôfago e o duodeno, responsável pela digestão e esterilização dos alimentos, antes que os mesmos sigam seu caminho natural até os intestinos, onde finalmente são absorvidos!
... Ufa.. toda esta pequena aula de anatomia serve apenas para explicar o quão familiarizada já estou com meu estômago e seus sinais a respeito de mim mesma. De fato, aprendi a combater meus supostos ‘inimigos’ internos, apelidados carinhosamente de h.pilori, desde que os descobri, há cerca de pelo menos cinco anos. “Exterminá-los” - foi a decisão radical de meu médico. Para isso, muita medicação e uma dieta radical contra todos os enlatados, embutidos, fermentados, além dos cafés, maltes e álcool em geral.
Esta foi, sem dúvida, a pior parte do tratamento. Afastar-me, ainda que temporariamente, daqueles tão conhecidos ‘amigos’ e muitas vezes, únicos companheiros nas horas de solidão! Mas, era eu ou eles, então fiz a escolha racional de priorizar minha saúde... os Exterminei...
... apenas para alguns meses depois, em mais uma sessão ‘endoscopia e eu’, vir a descobrir que por mais que me cuidasse, que administrasse medicações, lavasse as folhas verdes cruas das saladas e não consumisse nenhuma salsicha ou gota de café ou álcool, lá estariam todos eles de novo!!!
Assim, desisti!
Depois da terceira ou quarta endoscopia, deixei o gastro para lá e decidi, pela razão, passar a não dar nenhuma importância aos meus inimigos, acreditando que desta maneira, ignorando-os, eu os estaria afastando (mais ou menos como geralmente faço com algumas pessoas que conheci).
De fato, vi uma melhora clínica significativa, que durou até algumas semanas atrás.... quando de novo alguns daqueles velhos sintomas voltaram a me atacar!
Claro que pensei em correr ao gastro e retomar os velhos tratamentos de combate aos meus inimigos internos. Porém, antes, resolvi olhar para a coisa de uma forma, digamos assim, mais holística! E o que venho descobrindo a partir deste novo olhar não tem exatamente me surpreendido, mas causaria, com certeza, um enorme estranhamento nas crenças e paradigmas do pobre Dr. Morales (que ele não leia este blog) !!!
Ao olhar para meu estômago, não apenas como aquele órgão descrito no terceiro parágrafo deste texto e, sim como uma parte integrante de um ser ‘uno’, indivisível, composto não apenas de carne, veias, sangue, músculos e células, percebi o quanto tudo que habita este mesmo ser, tem absolutamente tudo a ver com tudo. Explico.
Se deixarmos de nos olhar pelo paradigma de ‘partes’ separadas do todo - Rins. Fígado. Coração. Pulmão. Estômago - passaremos a ver a totalidade. Compreenderemos nossa realidade e nosso corpo como um todo integrado, cósmico, onde os elementos participam de uma dança complexa de inter-relação e correlação permanentes, entre si e com o todo, onde a ‘parte está no todo, assim como o todo está na parte’.
E, a partir desta abordagem mais holística, onde o estômago passa a ser apenas um ‘personagem’ num enorme elenco inter-relacional em meu corpo, em meu ser universal, posso compreender que o que o atinge é, sem dúvida, muito maior do que meus pequenos inimigos originais (as bactérias ‘h.pilori’)... talvez o que realmente afete este meu órgão mais fragilizado neste momento, tenha a ver com algumas histórias não engolidas, ou mal-digeridas, cujo canal de energia ainda não aprendeu seu fluxo de liberação.
Talvez o mal não esteja nele (estômago) e sim no coração, na alma, na mente; na parte de mim que ainda não aprendeu a perdoar...
A partir deste novo conhecimento, deste novo olhar, passarei a levar em consideração muito mais o diálogo entre partes em mim do que as pílulas supostamente infalíveis do Dr. Gastro ou às alfaces que tenho esquecido de lavar!!!

3 comentários:

  1. Também tenho vários inimigos internos, mas não sei os nomes deles. Eles também não sabem o meu, pois me chamam a atenção de diversas formas, mas nunca me chamaram pelo nome...rsrs
    Lendo sobre a questão do álcool, lembrei de uma frase da Frida Kahlo que estava escrita numa bolsa que vi esta semana: "bebo para afogar as mágoas, mas as danadas aprenderam a nadar"...Adorei!!! rsrs Bjs

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  2. Oi Bela, que bom teu comentário! Adorei a frase... sim, elas aprendem mesmo. Quanto aos nomes dos nossos inimigos, melhor saber, eu acho, pois assim fica mais fácil da gente os enfrentar!!! bjs tbm

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  3. " Quando nos damos o tempo certo,aquele que fazemos de tudo para fugir dele,quando fazemos das relações algo sincero,verdadeiro e que se deseja profundamente..não há mal que nos derrote..não existe bactéria que nos derrube..pois assim como no caminho escolhido existem pedras...haverá sempre a força que nos impulsiona a seguir em frente..mesmo sob tempestades..mas seguindo;...até diria que aprendi muito com as mágoas..que apenas queriam nadar...mas..o meu EU maior..as salvou antes de se afogarem no mar do alccol..e dai para frente...elas começaram a caminhar livres,,como devem ser...para aprender que são os sentimentos puros que não as fazem aparecer..."

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