Após a visita de minha querida amiga Isabel neste fim-de semana, me trazendo suas novidades e as de seu netinho Guilherme, bem como a 'virada' de sua vida (como ela mesma me relatou) transformando-a numa espécie de 'vó cuidadora' passando assim a viver de uma forma muito diferente da que vivia até então, estive pensando: afinal o que move o homem??? Homem como espécie, quero deixar claro.
Segundo Schopenhauer, o que move o homem, e por que não dizer o mundo, é algo definido como vontade.Algo que vem antes mesmo da razão. Analogicamente falando, talvez pudesse aqui também lembrar que para Freud, o que ele acreditava mover o homem era algo que denominou 'pulsão sexual' ou apenas 'impulsos'(de vida ou de morte). Algo bastante complexo de aqui explicitar, mas que todos podemos conhecer através de uma ferramenta mágica, chamada GOOGLE!
O que quero aqui divagar é que, ao que sabemos, este 'impulso' por crescer, se desenvolver, morrer é parte de tudo no universo, até mesmo nas plantas, nos animais ou nas células. Basta estar vivo! E a essa vontade, impulso, desejo, é o que aqui reconheço, chamamos Vida.
O que me faz realmente prestar atenção é que façamos nós qualquer força individual - ou não - ainda assim estaremos crescendo, nos desenvolvendo, morrendo. Cada célula neste universo tem somente esta preocupação. E, para que continue a vida, a partir deste ponto de vista - há naturalmente uma guerra interna e, por vezes, velada, ao qual chamamos de competição, mas que gostaria de chamar aqui apenas de 'auto-preservação'... me questiono algumas vezes do quanto esta força que definitivamente tenho visto mover o mundo tem, efetivamente, o poder de fazer bem.
Talvez estivesse me contradizendo se não admitisse esta força como uma espécie de possibilidade de preservação da vida no planeta, mas será que é a única??? Me questiono o tempo inteiro se não é, exatamente na mão contrária - quando o homem consegue se 'desaliançar' deste contexto de impulso, desejo, vontade; que ele chega mais perto de proteger sua espécie?
Falo aqui de uma outra força que também observo existir na espécie humana, mas que poucas, raras vezes consigo diagnosticar... falo aqui de uma palavra muito usada, mas poucas vezes vivenciada de fato: a Empatia - que me permito aqui colocar na mesma categoria da Compaixão.
Afinal, empatia não é mesmo a capacidade que um homem possui de se colocar no lugar de outro homem? E a compaixão? Não seria a mesma coisa? Não seria a compaixão o 'sentir como o outro sente' e, a partir disso esquecer, ainda que momentaneamente, de si mesmo? Dos seus próprios problemas? De seu próprio mundo? Daquilo ao qual a psicanálise denomina de 'ego'?
E neste movimento contraditório ao impulso original de crescimento na natureza - aquele que atua como uma vontade, uma pulsão, originada antes da consciência e que determina a evolução de qualquer espécie viva (numa busca incessante do ego por existir, crescer, se desenvolver, morrer)- percebo que pode existir aí alguma possibilidade de crescermos efetivamente como coletividade !!!
Longe de mim preconizar aqui uma guerra contra o 'ego', este tão estruturante personagem da civilização humana. O que gostaria apenas é de levantar algumas reflexões a cerca de olharmos para a vida, não apenas sob o ponto de vista individual.
Gostaria de abrir, não fechar, uma perspectiva sob a qual o homem pare de se preocupar apenas com seu próprio umbigo, seu próprio querer, sua própria vontade, seu próprio impulso e passe, ainda que por breves instantes, a ocupar-se conscientemente do querer do outro, do necessitar do outro, da vontade do outro.
Penso, e apenas penso, que como exercício, esta nova percepção sobre o outro poderia produzir algo realmente novo, algo em que poderíamos sair de nosso mundo e penetrar muitos outros mundos, ampliando , desta forma, nosso próprio ser e, quem sabe, ampliando nosso mundo individual, nos transformamos como 'espécie' em seres ainda mais fortes ...
Resta saber se o receptor está apto a escutar..ou divagar..seus medos..
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