hoje é o 'the last day' do nina-olhardistraído !

.... pois é, galera....

hoje é o último dia por aqui. como tudo muda na vida, meu olhar também mudou, ou melhor, se mudou! olhando distraidamente por outros formatos, achei um que melhor me representa. então quem quiser continuar seguindo meus devaneios, a partir de agora segue lá...

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Chinchero - Vale Sagrado, visitado em agosto de 2015

                    

Em agosto de 2015 tive o prazer e a oportunidade de fazer a viagem que sonhei desde os meus 15 anos, quando li 'Eram os deuses astronautas', de Erich Von Däniken, em que o autor teoriza a possibilidade das antigas civilizações terrestres serem resultados de alienígenas, apresentando como provas de suas teorias, as ligações entre as colossais pirâmides egípcias e incas, as quilométricas linhas de Nazca, os misteriosos moais da Ilha de Páscoa, entre outros grandes mistérios arquitetônicos.

Desde então havia decidido que estes eram lugares que eu deveria conhecer algum dia e ver, pelos meus próprios olhos distraídos, se haveria realmente alguma ligação entre nós 'humanos' e seres realmente extraordinários que teriam influenciado nossas obras aqui na Terra.

Decidi começar pelo Peru e suas antigas civilizações Incas... e o que vi, confesso me surpreendeu e intrigou...

Começo pelo fim .... a vila de Chinchero, que fica a 3.772 metros acima do nível do mar, acima da cidade de Cusco, de onde saímos. Um lugar encantador, misterioso, silencioso e muito alto. 

O caminho para Chinchero é muito bonito, mas chegar lá é ainda mais...

Entrei na vila num dia belíssimo e ensolarado apenas para me deparar com um dos mais bonitos visuais daquele roteiro no Vale Sagrado.

                              

Subimos a estrada pela borda da montanha e lá de cima, numa grande área plana, com solo fértil (ali produzem, sobretudo, as diversas variedades de batatas do Peru) Chinchero parecia vigiar o Vale Sagrado !!!

Na história dos Incas X Espanhóis, Chinchero foi testemunha de um episódio único. Manco Inca (o rei-fantoche que subiu ao poder por indicação do conquistador Pizzarro), fez uma guerra contra os ex-aliados e incendiou Chinchero, numa política de “terra arrasada”, para eliminar as rotas de suprimentos para os inimigos. Chinchero acabou se rendendo aos espanhóis no final do século XVI. O vice-rei construiu uma fazenda aí e montou uma igreja no alto da cidade, sobre alicerces Incas.

A igreja é interessante. Possui uma grande quantidade de santos, teto e paredes com pinturas florais e relíquias em ouro (infelizmente não pude fotografar lá dentro).

Na praça principal, ao redor da igreja, 'artesanias' e ruínas Incas, maravilhosas, se misturam em perfeita harmonia. Muros com pedras perfeitamente encaixadas e uma imensa quantidade de terraços agrícolas que os Incas usavam para o plantio da batata. Os terraços agrícolas foram uma técnica desenvolvida pelos Incas para possibilitar o cultivo nas encostas das montanhas, evitando a erosão a ampliando as áreas de plantio (encontramos estes terraços em quase todos os sítios arqueológicos do Vale Sagrado).

                                                                                       

Antigamente o Vale Sagrado pertencia a cerca de 10 proprietários, hoje milhares de camponeses cultivam a terra com técnicas primitivas e de baixa produtividade. 

meu olhar sobre grupos de whatsapp

outro dia alguém me adicionou em mais um destes grupos de whatsapp e, imediatamente, comecei a tomar conhecimento (ainda que superficial) da vida e da rotina de mais de cem totais desconhecidos que, num curto espaço de menos de 24 horas, comunicavam entre si assuntos de todas as naturezas, ainda que o tema específico daquele grupo tivesse o foco em saídas fotográficas pela cidade em que vivo... fiquei por alguns dias tentando acompanhar a utilidade daquilo... era tanta gente motivada e desejosa de que todos fossem felizes (veja bem: da manhã à noite se enviavam palavras motivadoras, alegres, saudações calorosas de 'bom dias' (seguidas inevitavelmente de carinhas sorridentes, vulgo emoticons) misturadas a algum assunto útil referindo-se à razão de cada um e todos fazerem parte daquele movimento... nestas circunstâncias eu tentava, loucamente, voltar atrás nas mensagens perdidas para que conseguisse compreender o teor de alguma informação, pois não conseguia, sob hipótese alguma, acompanhar a velocidade de todas aquelas preciosas mensagens que me chegavam a todo instante! pelas mensagens, parecia tratar-se de um grupo de amigos de infância (ainda que segundo me consta, ninguém ali se conhecia pessoalmente de fato, exceto por terem fotografado juntos em algum de seus 'passeios')... de toda forma era tanto o entusiasmo da galera que decidi permanecer, ainda que me sentindo uma espécie de alienígena infiltrada observando o comportamento de humanos com os quais nunca havia tido a honra de conviver. enfim, segui... devo confessar que não por muito tempo! aquele grupo começou a fazer parte de minha vida e rotina nas semanas que se seguiram e o que percebi sobre o comportamento de humanos praticamente desconhecidos que decidem se reunir em prol de alguma causa comum me estarreceu... não passava um dia sem que meu celular bombasse de mensagens de 'bom dia' feliz e com carinha (isso quando não vinham florezinhas) de mais de cento e cinquenta pessoas desconhecidas. na continuidade, mensagens motivadoras de desejos de que nossos dias fossem prósperos, abundantes e iluminados, fechavam a sequência matinal... alguém sempre postava alguma de suas fotos preferidas, o que motivava a galera a continuar postando fotos suas (por lugares lindos, bem clicados e felizes, claro)! em cada minuto que olhava para o celular, havia uma nova mensagem, que eu abria, sempre na esperança de ver alguma informação realmente sobre os passeios fotográficos - uma vez que o motivo de eu estar neste grupo era exatamente esse tipo de informação... por vezes eles comentavam algum lugar bacana para se encontrarem, faziam enquetes, marcavam hora e lugar e de verdade, se encontravam. a partir do encontro uma 'chuva' de novas fotos: todos faziam questão de colocar uma das suas que mais haviam gostado e eu acabei me dando conta que o grupo era uma espécie de 'vitrine' eletrônica das vaidades daqueles membros... (até aí tudo bem, pois logicamente é sabido que todo artista tem lá suas vaidades). mas o que me divertia mesmo era quando alguém, necessitando realmente de alguma informação mais técnica, lançava a este mesmo 'egoico' grupo o desafio da resposta... o que se seguia era uma espécie de gincana de 'sabichões' muito bem intencionados, cada qual tentando mostrar o quanto sabia ou entendia do assunto, virando todos uma especie de 'clero da fotografia' onde o que recebia mais créditos se sobressaía como mestre no grupo. de fato, nunca consegui acompanhar nenhum de seus passeios. continuei incógnita, como uma espiã de um filme de suspense, até que comecei a questionar a validade de minha permanência por ali.... não vi realmente nenhuma, então, com pesar de deixar tão ilustres 'colegas' me despedi sem que ninguém obviamente tenha sequer tomado algum conhecimento, e me retirei !!!

porque tudo o que preciso mesmo é de um certo silêncio

a situação é mais ou menos a seguinte: tenho observado, ainda que de forma distraída, os muitos movimentos - surgidos, de repente, em toda parte - para que possamos não apenas compreender, mas de uma certa maneira, vivenciarmos o futuro... uma ânsia louca por nos posicionarmos mais à frente da maioria de nossos concorrentes, clientes, parceiros, fornecedores; de nos anteciparmos às crises todas (iniciadas ou ainda não); de visualizarmos tendências, possíveis novos cenários; determinarmos nossos posicionamentos 'agora' de acordo com uma 'amanhã' que já está por aqui a nos atropelar com violência e sem nenhuma parcimônia. por toda parte tudo o que escuto, tudo o que observo, tudo o que leio, tudo o que ensino e tudo o que aprendo diz respeito ao 'futuro'... a como devo pensar, como devo me posicionar, como devo me defender, atacar (se for o caso), como devo me comunicar, como devo conversar com minha filha, meus colegas, superiores, amigos, enfim, uma verdadeira ditadura de como eu deveria ser X ao como realmente sou (ou penso que sou) !!! o futuro, de repente, tem se tornado um lugar assustador... e o mais estranho é que, antes desta onda toda de futurismo sair das artes e da moda e adentrar o espaço das organizações empresariais, disfarçado de outro nome, nada disso parecia me causar qualquer estranheza... visto assim, venho recentemente me perguntando: o que é realmente assustador afinal? o futuro? talvez não... talvez seja mesmo apenas essa onda que vem ganhando cada vez mais importância de modo generalizado nas últimas décadas - a INOVAÇÃO ! Dizem alguns sabidos por aí que 'Inovar significa renovar ou introduzir novidades de qualquer espécie ou, na sua contrapartida que “não inovar é morrer”.... com esta resolução, as empresas e, consequentemente as pessoas, neste caso 'EU', acabo por sofrer da síndrome de que só sobreviverei caso venha a introduzir alguma novidade, tecnológica ou não, num curto espaço de tempo, todos os dias, o tempo todo, em tudo o que faço sob pena de me tornar obsoleta, ultrapassada, caduca e descartável. Na ânsia por viver 'agora' o que seria o ideal de 'amanhã', sinto que me perco...Na angústia de compreender este novo contexto, sendo induzida a atender e superar expectativas e exigências, a transcender os inesperados desafios do mundo atual, sendo exigida a pensar e agir de um jeito novo, disruptivo, criativo e assertivo, incorporando novas linguagens e novas tecnologias a cada momento... nesse cenário, tudo o que realmente gostaria era de um pouco de silêncio!!! Sendo ela, a INOVAÇÃO, fruto da criatividade, da imaginação; sendo ela meio, processo e não um 'produto', seria para mim, necessário um pouco mais de silêncio... a mim me faltam espaços de distração na busca pela INOVAÇÃO... A mim, o raciocínio criativo para produzir novas ideias só tem lugar no aqui-agora... neste espaço 'MORTO' do HOJE, onde as pessoas realmente estão... Onde elas vivem, se experimentam, erram, acertam, se toleram (ou não).. aqui no hoje (não no amanhã) consigo visualizar algo de 'inovação'... para isso, preciso do silêncio... da observação... da distração e de um pouco de fé !