segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Entrando em 2012

Não consigo, como a grande maioria das pessoas, acreditar que os rituais de passagem, patuás, desejos de novas realizações, estouros de espumantes e todos aqueles fogos de artifício queimados na meia noite do dia 31 de dezembro, signifiquem realmente que acabei de entrar em outro tempo... Sendo assim, estou entrando em 2012! Já sem a pressa vivida em anos anteriores. Sem a angústia pelo novo chegar. Me estranhando um pouco digitando isso aqui - porque ninguém mais do que eu mesma me ouvi dizer ao menos uma dúzia de vezes - o quanto já estava farta de 2011!!!

E agora, buscando antigos cadernos de anotações que costumava manter até meados do ano passado, coincidência ou não, acabei encontrando de primeira, um texto que escrevi chamado "Bem Vindo 2011" !!! ... Relendo, encontrei uma jacqueline diferente desta, que de forma lenta e transformada, atravessou a fronteira destes dois números 2011 - 2012 !

Compartilho aqui meu texto escrito, lá atrás, sobre meu olhar para o então 'Ano Novo' e com ele posso dizer que se tivesse que escrever um outro "Bem vindo 2012", seu conteúdo e talvez até sua sonoridade, se distanciariam um pouco do que encontrei aqui ...

"Já na metade de janeiro, saúdo a este ano que há pouco entrou em nossas vidas ocidentais. Apenas simbolicamente, porque a vida mesmo segue seu curso, sem paradas, sem pit-stops, sem recomeços (e com muitos ao mesmo tempo). Decido seguir por aqui no mesmo caderno. Não vou inaugurar ou abrir outro (como fazemos com as agendas profissionais) porque para mim e para o mundo apenas o que existe é 'continuidade'. Para onde poderíamos ir, afinal, que não sempre em frente, de volta para o futuro??? Que bobagem este negócio de ficarmos iludidos sobre os 'inícios de ano', como se estes, ao chegarem, não fossem apenas "mais um ano a menos", parafraseando meu ex-colega Eder, ou seja, são nada mais do que um outro PRESENTE a nos brindar com uma nova data no calendário da vida! Introspecções e reflexões a parte, posso dizer que estou entrando em 2011 devagar (exatamente como agora em 2012), com idas e vindas, chegadas e partidas... Estive até ontem (19/01/2011) em férias com minha filha, noutro ritmo, noutra batida, sem horários, sem rotina, sem obrigações... Estivemos no sul da ilha de Florianópolis ( não sei se por minha escolha ou por escolha da ilha), uma vez que apenas lá consegui uma pousada nestas alturas do campeonato. Posso afirmar, no entanto, que foi realmente um PRESENTE que ganhamos ao irmos 'parar' na praia da armação, pois se eu mesma tivesse ido buscar um lugar melhor para ela, talvez não tivesse encontrado algo tão ideal. Minha Luisa curtiu tudo. Adorou! Fez novos amigos, viveu intensamente seus dias e voltou , como eu, apaixonada pelo sul , pelo mar, pelo clima e pelo jeito de viver daquela ilha. Tanto que me fez prometer que voltaríamos. Adorei te-la tornado feliz. De minha parte também gostei muito, desde as trilhas isoladas e difíceis, até os bons momentos fotográficos que tive. Voltei bronzeada, descansada, com saudade de casa, com vontade de seguir a vida. Ao chegar aqui e entregar a Luisa para seu pai, aquele homem tão bonito, tão bronzeado, tão parecido com alguém que conheci tão bem, percebi o quanto estamos mesmo 'fora' da vida um do outro. E neste momento, me senti novamente sozinha! No mundo, na vida, em mim mesma! Me despedir da minha filha foi como se não tivesse mais nenhum papel a desempenhar, nenhum lugar para ir... como a música do Wander Wildner: "Me sinto sozinho e abandonado, não tenho ninguém, aqui do meu lado... meu cachorro vênus foi roubado, fiquei um pouco preocupado... vou me entorpecer bebendo vinho... seguindo só... o meu caminho..." - Mas não fiz! Não abri nenhuma garrafa de vinho, nenhum álcool. Apenas amarguei minha total certeza da solidão e entrei em casa repetindo a mim mesma: 'Sou uma grande pessoa' !!!"

3 comentários:

  1. Jac, Jac. Só podia ser tu. Quanto a passagem de ano, eu sempre digo, nada importa. Esses rituais, festas, superstições...o que importa é vivermos o presente, com muito amor e dedicação.Passado e futuro, não existem, são nossas projeções mentais. Quanto ao restante... Sem comentários! love u. bjs, Leka

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  2. pois é amiga...tudo é continuidade, concordo. Acredito na energia que as pessoas emanam. Sei que minha energia muda quando ficos horas montando uma mesa especial. Passei minha vida toda achando os rituais uma babaquice. Nunca participava deles. Hoje, adoro meus próprios rituais. Aprendi que esse lado, talvez menos racional, também faz parte de mim, querendo ou não. Estou em busca da integração do meu todo...até das partes que nunca admirei. Quem sabe um dia eu consiga...
    Um 2012 iluminado para todos nós! Bjs

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  3. o válido é estarmos juntas... junto de quem nos quer bem!!! e a quem queremos muito bem também!! com ou sem rituais. crendo , aprendendo , vivendo! bjs

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