Este título é um trocadilho que ousei pegar emprestado para definir meu atual relacionamento com minha filha, especialmente nesta sua nova fase, em que está 'adolescendo' e eu, naturalmente (como imagino boa parte dos pais de garotas e garotos de 13 anos), fico a maior parte do tempo tateando, sem saber o que fazer... saber a gente sabe, o difícil é tomar a decisão de agir.
O conceito, profundo e abrangente, me chamou a atenção justamente pelo jogo entre opostos, que é o que tem me direcionado, me questionado e me recolocado no rumo, cada vez que cometo algum erro. Desta forma, "endurecer sem perder a ternura" tem sido uma atitude adotada por mim como um "direcionador" frente a esta imensa responsabilidade e desafio.
Difícil decidir as vezes, usando apenas o racional, sobre como agir quando o filho adolescente te desafia e engana, mente para voce (dizendo ter entregue o trabalho de geografia ou ciências no prazo, quando seguramente 'jazem' incompletos ou esquecidos no fundo da mochila)... ou quando eles juram ter estudado para as provas que se acumulam em conceitos abaixo do esperado, gastando todo seu precioso tempo em jogos de videogame, programas idiotas de televisão ou horas infindáveis em redes sociais...
Errado! Seria a resposta certa a esta instigante pergunta que muitas vezes me faço!
Conversando a gente estabelece os contratos, as regras do jogo e o funcionamento da casa. Entretanto, há um limite para tanta conversa. Há um momento neste jogo de forças e interesses (o que toda relação não deixa de ser, afinal); em que nossa vontade, nosso interesse e nossa responsabilidade exigem que saiamos deste cômodo papel de 'articulador' para um papel um tanto quanto mais duro, mais acertivo, mais direcionador e muito, mas muito menos democrático... é o que em nosso título eu viria a chamar de 'endurecer' ... (pero sin jamás perder la ternura)
Você pode aqui argumentar que endurecer não seja o caminho ideal para uma abertura de diálogos,para o livre pensamento, para a constituição de uma pessoa crítica e com bom poder de argumentação… E eu mesma usaria todos estes argumentos se não fosse eu mesma a 'mãe' neste papel, tentando educar, deixar alguma marca, imprimir alguma responsabilidade num caráter ainda em formação.
O desafio em que me lancei aqui, e confesso que continuo perseguindo, é de ser firme, e não dura. Para isto, tenho que incorporar um novo sentimento ao meu vocabulário emocional: "ternura."
Li num texto qualquer que "firmeza e ternura não são conceitos antagônicos" e me ocorreu que, na verdade, não são mesmo. Especialmente quando estamos tentando educar uma pessoa.
Nos processos de feedback, sabemos que o catastrófico em qualquer comunicação é quando o emissor fica mais forte e importante do que a mensagem que ele transmite... e se formos por aí, daqui a pouquinho estaremos falando de Poder!
Resumindo, o que venho tentando estabelecer na relação com minha mais recente adolescente preferida é a utilização da ternura como “pratica diária”. Sem, é claro, perder a firmeza... jamais!!!
Sei bem o que falas, Jaque. Meu mais velho hoje está quase fazendo 19 anos e vivenciei alguns momentos em que foi necessário "endurecer". Hoje tenho mais uma menina de 7 anos e tudo isso continua valendo. Não é fácil e, sem sombras de dúvidas o segredo é, certamente fazê-lo com ternura, muita ternura... gde bj.
ResponderExcluirBravíssimo, prima. Coincidentemente venho pensando muito nisso. É uma verdadeira prática diária. No meu modesto entendimento, em cada uma das fases da vida de um filho essa sabedoria de mãe-pai-educadores-formadores, etc, deve ser aplicada. Eu, ainda que com uma filha de 5 anos, também tento agir assim mas com liguagem diferenciada, obviamente. O ponto crucial aqui é que se tratam de pessoas sob a nossa responsabilidade que nos pedem, (isso mesmo, pedem) limites porque precisam ser conduzidas até determinado ponto com segurança. Só que para dar essa segurança temos que ser firmes, e o fato de não ter "conversa" é muito mais importante do que pensamos. Pode ser crucial em determinados momentos. Mas nos sentimos testadas e tentadas a cair na negociação (essa palavrinha aliás é perigosa...). Porém, a relação em questão aqui é a familiar, entre mãe e filha no caso, e é isso que deverá prevalecer, doa a quem doer.
ResponderExcluirE aí vem o lance bom da história, que nos esquecemos com facilidade: a questão não é pessoal; não estamos magoando ou maltratando ninguém; são egos se identificando com seus papéis, ou, se preferir, que lutam para reforçar suas identidades. Só que o ego não sente. O único capaz de sentir é o SER. Portanto, desligar-se da personalidade sustentada pelo ego e visualizar apenas o ser e a sua necessidade naquele momento torna o trabalho mais leve pois enxergamos o que ele realmente é: um ato de AMOR. Pensando assim, fica mais fácil ser firme, sem medo ou insegurança. Isso se chama AMOR. Ao menos é assim que vejo hoje, após muita reflexão. E é assim que tento agir. Nem sempre consigo, mas estou colhendo bons resultados. Há muito mais paz e aceitação em casa. É isso. Parabéns pelo post! bj
sua leitura e seus comentários são presentes para mim... isso aí, prima! adorei teu 'post' também.... e me esclareceu algo.. nao sabia que o ego não sente! Vlw!!! bjs
ExcluirBah amiga...achei bem interessante esse teu texto. Vejo hoje que muitos pais com medo de perder a amizade dos filhos fogem do seu papel original de "pais". Não sou mãe, mas sou filha, e hoje agradeço pelas várias vezes que meus pais tiveram que "endurecer" comigo. Palavra de alguém experiente, pois sou uma filha de 44 anos. Anos de praia...hehehe É isso amiga, amar é atitude, não é apenas dizer Eu te amo! Bjs
ResponderExcluirpois é... amar é atitude!!! coisa que muita gente por ae anda esquecendo de ter... em todos os tipos de amor! falar é fácil, ser é que é difícil. Bjo
ExcluirTernura, amor, paciência e compreensão são ingredientes fundamentais para podermos educar nossos filhos e só esses ingredientes é que permitem sermos duros, rígidos e mesmo assim continuarmos amando e sendo amados pelas nossas crianças....essas palavras mais duras podem ser traduzidas como limite, desde que acompanhadas do maior dos sentimentos: o amor.
ResponderExcluirisso aí paizão! q bom que este texto não precisei te traduzir ... eheheheheh... brincadeiraaaaa
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