sábado, 14 de julho de 2012

Hay que endurecer pero perder la ternura jamás


Este título é um trocadilho que ousei pegar emprestado para definir meu atual relacionamento com minha filha, especialmente nesta sua nova fase, em que está 'adolescendo'  e eu, naturalmente (como imagino boa parte dos pais de garotas e garotos de 13 anos), fico a maior parte do tempo tateando, sem saber o que fazer... saber a gente sabe, o difícil é tomar a decisão de agir.

O conceito, profundo e abrangente, me chamou a atenção justamente pelo jogo entre opostos, que é o que tem me direcionado, me questionado e me recolocado no rumo, cada vez que cometo algum erro. Desta forma, "endurecer sem perder a ternura" tem sido uma atitude adotada por mim como um "direcionador"  frente a esta imensa responsabilidade e desafio.  

Difícil decidir as vezes, usando apenas o racional, sobre como agir quando o filho adolescente te desafia e engana, mente para voce (dizendo ter entregue o trabalho de geografia ou ciências no prazo, quando seguramente 'jazem' incompletos ou esquecidos no fundo da mochila)... ou quando eles juram ter estudado para as provas que se acumulam em conceitos abaixo do esperado, gastando todo seu precioso tempo em jogos de videogame, programas idiotas de televisão ou horas infindáveis em redes sociais...

Neste ponto chave está a questão, que acredito ser também o ponto chave desta conversa. Até os primeiros deslizes muita fala, afeto, ternura. Afinal,  é conversando que a gente se entende, ou não é?!?!? (shit)


Errado! Seria a resposta certa a esta instigante pergunta que muitas vezes me faço!


Conversando a gente estabelece os contratos, as regras do jogo e o funcionamento da casa. Entretanto, há um limite para tanta conversa. Há um momento neste jogo de forças e interesses (o que toda relação não deixa de ser, afinal); em que nossa vontade, nosso interesse e nossa responsabilidade exigem que saiamos deste cômodo papel de 'articulador' para um papel um tanto quanto mais duro, mais acertivo, mais direcionador e muito, mas muito menos democrático... é o que em nosso título eu viria a chamar de 'endurecer' ... (pero sin jamás perder la ternura)
Você pode aqui argumentar que endurecer não seja o caminho ideal para uma abertura de diálogos,para o livre pensamento, para a constituição de uma pessoa crítica e com bom poder de argumentação… E eu mesma usaria todos estes argumentos se não fosse eu mesma a 'mãe' neste papel, tentando educar, deixar alguma marca, imprimir alguma responsabilidade num caráter ainda em formação.
O desafio em que me lancei aqui, e confesso que continuo perseguindo, é de ser firme, e não dura. Para isto, tenho que incorporar um novo sentimento ao meu vocabulário emocional: "ternura."
Li num texto qualquer que "firmeza e ternura não são conceitos antagônicos" e me ocorreu que, na verdade, não são mesmo. Especialmente quando estamos tentando educar uma pessoa. 

Quando desejamos expressar nossa opinião,  geralmente somos firmes. Por vezes até duros! Mas se conseguirmos balizar esta firmeza utilizando a ternura (eis o grande desafio) talvez consigamos evitar o risco da perda de foco, ou seja: colocamos o foco na mensagem e tiramos de nós mesmos!!!

Nos processos de feedback, sabemos que o catastrófico em qualquer comunicação é quando o emissor fica mais forte e importante do que a mensagem que ele transmite... e se formos por aí, daqui a pouquinho estaremos falando de Poder! 

Num processo de negociação com o interesse genuíno de transmitir, educar, desenvolver, para que possamos alcançar o tão esperado resultado “ganha X ganha” e não “ganha X perde" se faz absolutamente necessário que pensemos nesta pequena e poderosa palavrinha: ternura.
Resumindo, o que venho tentando estabelecer na relação com minha mais recente adolescente preferida é a utilização da ternura como “pratica diária”. Sem, é claro, perder a firmeza... jamais!!! 

domingo, 8 de julho de 2012

...'cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...

Uma boa amiga, destas que a gente pode contar até quando a maré tá subindo e a gente sente que tá encalhando, me respondeu a um email citando a frase da música do Caetano, que me remeteu ao tema que escrevo agora...

Nos últimos dias, a maré dos acontecimentos tem me feito refletir muito em como reagimos a determinadas situações e o quanto estas 'reações' provocam novas 'reações' nas pessoas, algumas vezes magoando-as ou afastando-as de nós.

Tenho refletido também sobre como um 'perdão' dado muito rapidamente, parece muitas vezes prematuro, feito apenas para nos livrarmos de ter 'aquela' pessoa culpada grudada em nosso pé, pedindo desculpas todos os dias, e assim, com nosso suposto perdão, conseguimos nos livrar dela!

O perdão é 'dado', nesse caso, somente em tese. Porque, na prática, a mágoa continua lá. A desconfiança continua lá. A dúvida sobre como esta pessoa reagirá novamente, quando posta em situações semelhantes, continuará lá...

Para quem recebe o alvará do 'perdão' somente em tese (não de fato), o que fica é um brutal sentimento de dupla responsabilidade, ter que 'pisar em ovos', cuidar dos deslizes, fica a certeza de que qualquer 'escorregadinha nova' pode se somar a 'grande mancada' que deu origem ao falso perdão! E é aí que nos damos conta desta tal "dor ou delícia de sermos quem realmente somos" !!!

Se formos nos guiar pela responsabilidade de tentarmos não falhar, não cometermos os mesmos (ou talvez outros erros), não nos atrapalharmos, se formos tentar agir sem a possibilidade de sermos imperfeitos, sem a espontaneidade de falarmos bobagens não pensadas antes, sem poder chegar atrasados ou até não chegarmos, sem marcar uma coisa em cima da outra (apenas pela empolgação e vontade de querer fazer as duas coisas) sem sermos nós mesmos ... bem, aí, não poderemos usufruir da delícia de ser quem realmente somos; ainda que este 'sermos nós mesmos', seja apenas sermos humanos, demasiadamente humanos!


quarta-feira, 4 de julho de 2012


A HISTÓRIA DO PATO

Havia dois irmãos que visitavam seus avós no sítio, nas férias.
Filipe, o menino, ganhou um estilingue para brincar no mato. Praticava sempre, mas nunca conseguia acertar o alvo.
Certa tarde viu o pato de estimação da vovó... Em um impulso atirou e acabou acertando o pato na cabeça e o matou. Ele ficou chocado e triste!
Entrou em pânico e escondeu o pato morto no meio da madeira!
Beatriz, a sua irmã viu tudo, mas não disse nada aos avós.
Após o almoço no dia seguinte, a avó disse: "Beatriz, vamos lavar a louça"
Mas ela disse: " Vovó, o Filipe me disse que queria ajudar na cozinha". E olhando para ele sussurrou: "Lembra do pato?" Então o Felipe lavou os pratos.
Mais tarde o vovô perguntou se as crianças queriam pescar e a vovó disse: "Desculpe, mas eu preciso que a Beatriz me ajude a fazer o jantar."
Beatriz apenas sorriu e disse, "Está bem, mas o Filipe me disse que queria ajudar hoje", e sussurrou novamente para ele: "Lembra do pato?"
Então a Beatriz foi pescar e Filipe ficou para ajudar.
Após vários dias o Filipe sempre ficava fazendo o trabalho da Beatriz até que ele, finalmente não agüentando mais, confessou para a avó que tinha matado o pato.
A vovó o abraçou e disse: "Querido, eu sei... eu estava na janela e vi tudo, mas porque eu te amo, eu te perdoei. Eu só estava me perguntando quanto tempo você iria deixar a Beatriz fazer você de escravo!" (PAGAR O PATO)
                                                                                    
Deus e o Amor não só perdoa, mas Ele também esquece!!!

Autor desconhecido