quinta-feira, 14 de junho de 2012

Despedida...

Hoje, quinta (ops, já é sexta!), foi meu último dia no papel de 'professora' da turminha de Ferramentas de Gestão no curso profissionalizante de Técnicas Administrativas do Centro Social LaSalle, em Canoas. Ainda acordada, sentindo a estranheza do 'vazio' das horas que sei, acabarão chegando por aqui a cada nova quinta-feira, quando não tiver mais o compromisso de dirigir até Niterói e passar a noite com meus 'novos' amigos e queridos alunos...
Apesar da correria e do cansaço que um dia com tripla jornada determina, sinto que esta foi uma das 'boas' oportunidades que a vida me deu de experimentar ser 'inteira'. Estar inteira. Agir e pensar em consonância com quem sou, no que acredito, com os altos e baixos que a profissão de educadora pode trazer.
Durante as poucas quintas em que me experimentei 'professora', vi uma "jac" da qual nem me lembrava mais. Alguém com ideais. Alguém curioso. Alguém determinado a se divertir, apesar de ser um trabalho sério. Alguém mais leve. Alguém com maior capacidade de 'paciência' e 'doação'. Alguém que trabalhou pelos momentos e pela certeza de estar deixando algumas sementinhas pelo caminho. Com alguma certeza também de que algumas pessoas as estavam colhendo e aproveitando.
Durante algumas quintas-feiras, cansei também.
Durante algumas quintas-feiras, desejei não ter que me deslocar até lá. Desejei não ter que deixar minha filha tão sozinha. Desejei estar tomando uma ceva em algum outro lugar e com algumas outras companhias.
Mas, nas mesmas quintas-feiras em que desejei tudo isso; desejei mais ainda que a aula não terminasse, que nossas conversas e debates se prolongassem e que toda aquela 'alegria' pudesse se ramificar para o restante da semana.
Nem tudo foram flores e nem tudo foi perfeito.
Faria bem melhor, se começasse hoje.
Mas faria!
E com o mesmo prazer que fiz, enquanto me alimentava daquela deliciosa diversidade, o faria de novo.
Obrigada LaSalle pela oportunidade. Obrigada, meninos e meninas, senhoras e senhores pela paciência e receptividade. E , obrigada a DEUS, pela infinita bondade!!!

domingo, 10 de junho de 2012


Companhia x Companheirismo... será este o segredo para tantos desencontros???

Debruçada na pia enquanto tentava exterminar as últimas louças sujas da noite,  escutava ao longe os passos de algum vizinho a se acercar do elevador.  Fora isso, apenas silêncio. Silêncio e um pensamento. 


Um pensamento sobre a solidão e a necessidade quase 'nacional' que venho percebendo nas mulheres com quem convivo ultimamente: encontrarem os famigerados 'companheiros' para partilharem suas vidas. 


Meu olhar, neste caso específico,  vem acompanhado de algumas dúvidas sobre se, de fato, este não é apenas mais um conceito antigo, destes que costumamos chamar de 'do tempo de nossas mães.' 


De fato, outro dia desses, num encontro com um amigo, também solitário sob alguns aspectos, me foi lançada a fatídica pergunta:  “mas, afinal, por que tu achas que num mundo onde tantas mulheres sozinhas e a procura de um companheiro e de tantos homens sozinhos em busca de companhia... por que diabos, estas pessoas não se encontram?”

Não lembro direito, mas estou certa de que lancei mão de muitos argumentos matemáticos para explicar que talvez tivesse a ver com o número muito maior de mulheres do que de homens no planeta. Talvez, também não estou bem certa, tenha tecido inúmeras considerações sobre perfis psicológicos de um e de outro  e da impossibilidade concreta de ajustes de expectativas (é bem minha cara fazer isso). 


Inesperadamente dei-me conta desta questão por uma conversa que tive com outra amiga, também  noutro dia desses. Ela me fez a pergunta que muitas vezes me faço: "por que saímos com alguém que tem todos os melhores atributos como companhia, mas improváveis atributos para se tornar um ‘companheiro’?"  

Olhando da perspectiva do 'presente'  uma Companhia é tudo o que muitas vezes queremos e precisamos do outro. Queremos estar com o outro. Queremos que o outro cozinhe para nós. Queremos cozinhar para o outro. Queremos assistir a bons filmes e 'rir'. Ou assistir a filmes que nos tocam e 'chorar'.  Queremos discutir 'Platão', a inflação, a depressão... Queremos curtir as partidas de futebol, mesmo que seja para brigar no final. Queremos uma boa cama, muito prazer, beijos apaixonados e sedução como cenário permanente. De uma companhia, queremos e permitimos quase tudo!  


Curtir uma boa companhia é coisa realmente muito fácil para muitos e, por que não dizer, para quase todos nós. Em que pese todas as diferenças de 'padrões desejáveis' pela grande maioria das pessoas, admitimos como companhia os baixinhos, os feinhos, os magrelas, os gordinhos, os que 'racham a conta do restaurante', os que não tem carro, os mais jovens, os mais velhos, os mais exigentes, os 'nerds', os chatos, os arrogantes... os , enfim, muito diferentes de nós mesmos em um ou vários aspectos ao mesmo tempo.... admitimos sim, porque enquanto companhia, todas estas diferenças não pesam tanto assim.


Olhar para a perspectiva de 'futuro' é o que faz com que busquemos o 'Companheiro' !!! E no que isso se difere do que entendemos como companhia???? Quase tudo ! 


Minha amiga disse: "mas que mal há em sairmos com eles, afinal, não nos divertimos, não nos fazem bem? Não são uma boa companhia?" - E qual não teria sido sua resposta, se ao invés de contar que estava aceitando como companhia uma determinada pessoa totalmente 'fora de seus padrões sociais' (e até de alguns meus próprios),  eu tivesse dito: "acho que encontrei um Companheiro!"  


Uau!!! Isso não, isso não pode" - essa seria talvez, sua provável resposta! 


Agora aqui, envolvida em todos estes pensamentos, memórias, sentimentos, não consigo parar de pensar que, finalmente, acreditava ter encontrado a resposta para a antiga pergunta feita por meu amigo... A diferença, penso eu, para que homens e mulheres não se encontrem satisfatoriamente nesta vida, talvez resida no fato de que enquanto as mulheres olham obcecadamente para o futuro, buscando seus ansiados 'companheiros' ; os homens, na grande maioria das vezes, olham apenas e exclusivamente para o presente, buscando nada mais do que boa 'companhia' ...