Dia lindo de outono... sol precedido de uma lua absurdamente cheia no céu sem estrelas... friozinho... cheiro de mato! Assim foi a noite de ontem e o amanhecer neste sábado de aleluia, onde de qualquer maneira, nada muda o que passa aqui dentro... aqui dentro, contemplação, observação, resignação... sim, não gosto muito desta palavra (submeter-se sem revolta a; conformar-se com; aceitar...), mas acho que ela se encaixa ao que sinto por ora... sinto que o 'tempo' - por andar em sua própria velocidade - nem mais rápido nem mais lento, acaba por trazer essa sensação de que não há muito o que fazer, exceto esperar. Esperar enquanto contemplo, observo e me resigno com as coisas todas que queria diferentes e simplesmente não o são... com os pontos em minha boca que gostaria já estivessem fora daqui, mas ainda não estão, com a 'virada' que espero poder dar algum dia, e por ora, ainda não chegou!
Me resigno também com a ausência, com a saudade, com o espaço existente entre o querer e o conseguir... entre o pensar e o agir... entre o desejo e a realização!
Amanhã é a Páscoa Cristã! Dia de renovação, de acreditar em renascimento, de reformulação e esperanças... Não creio, porém, em nenhuma renovação sem uma análise profunda sobre o que já se viveu até aqui. Sem antes uma boa dose de auto-percepção, auto-avaliação, auto-perdão!!! Creio, sim, no tempo; sábio companheiro fiel e implacável senhor da Vida...
Se atravessarmos os tempos de maneira distraída, possivelmente não entenderemos o verdadeiro significado de 'sairmos de um tempo' e 'entrarmos em outro'... possivelmente perderemos uma parte importante de nossa própria história. Aquela que nos trouxe até aqui, que nos tornou quem somos e quem, com certeza, nos possibilitará atravessar o 'Egito' e nos tornarmos quem desejamos ser!